São Paulo - A Campanha Nacional Unificada dos bancários tem muito a ver com os clientes, já que os bancos, que não estão nem aí para seus funcionários, também não dão a mínima para o cliente.
Duas das maiores evidências são a gritante falta de funcionários, gerando uma sobrecarga que torna impossível o atendimento que o cliente precisa, e o valor elevado das tarifas cobradas para que o consumidor, muitas vezes, faça o próprio atendimento que deveria receber do bancário.
Só nos primeiros seis meses do ano, foram extintos 7.107 empregos no Banco do Brasil, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander. E olha que para eles, não tem crise. O lucro de R$ 36,3 bi nos primeiros seis meses de 2015 para Banco do Brasil, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander é 27,3% maior que o do mesmo período do ano passado.
E o que cobram de tarifas de você?!?! Subiu 11,4% este ano e com o que arrecadam só com elas dá pra pagar todos os funcionários e ainda sobra muito nos cofres.
Ou seja, os clientes continuam pagando a conta, e alto, para serem barrados nas portas das agências e ter de fazer todo o trabalho, via autoatendimento, pelo celular ou pela internet (pagas pelo próprio cliente). Isso tudo porque o número de bancários não para de cair.
Os bancos ainda enchem os cofres reduzindo a qualidade do atendimento e cobrando juros extorsivos nos empréstimos, no cheque especial, no cartão de crédito.
A Campanha Nacional Unificada 2015 dos bancários reivindica aumento real e melhor distribuição dos lucros, o que seria justo para os trabalhadores e ajudaria a aquecer a economia e a não agravar a crise. E também que os bancos cumpram sua função social: reduzindo as altíssimas taxas que cobram e assumindo compromisso com a manutenção dos empregos no setor para melhorar o atendimento aos clientes e a toda população. Os bancos podem e devem isso ao Brasil.
E os bancários? - Um dos setores que mais lucra na economia nacional não quer sequer repor a inflação no salário dos seus empregados, e ainda propuseram que percam 4%.
Enquanto tentam economizar à custa dos bancários, os bancos pagam salário médio mensal de quase R$ 420 mil para seus executivos.
Essa desigualdade provoca aberrações tanto no setor quanto na sociedade. Um bancário tem de trabalhar 17,5 anos seguidos para receber o que um executivo ganha em um mês. Para um professor, seriam necessários 14 anos de labuta na sala de aula para ganhar um único mês do salário do executivo. Com a proposta de perda real de 4%, essa desigualdade só tende a se agravar.
Chega de banqueiro ganhar tanto! Economizam com seus funcionários, com os clientes e pioram a qualidade do atendimento para toda a população, para engordar cada vez mais os ganhos dos seus diretores e acionistas.
Os bancários não aceitam isso e vão parar. Se a proposta não mudar, vai ter greve a partir de 6 de outubro e a culpa é dos bancos.
Fonte: SEEB/São Paulo