A realização do seminário surgiu da reunião ampliada da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), realizada em 13 de abril, com a presença de representantes dos sindicatos do Espírito Santo e do Maranhão. “Cumprimos o objetivo de discutir de forma mais aprofundada questões que nos preocupam muito hoje, como o fortalecimento do banco e a manutenção como empresa pública. Não aceitaremos retrocessos”, garantiu Fabiana Matheus, coordenadora da CEE/Caixa, que assessora a Contraf/CUT nas negociações com a empresa.
“A conjuntura que vivemos e a que nos espera vai exigir capacidade de mobilização e clareza na defesa do país e da Caixa que queremos. Esses grupos políticos que poderão assumir o comando do Brasil não têm comprometimento com o desenvolvimento social. É preciso fazer debates nos sindicatos, associações e em todo o país para garantir a Caixa cada vez mais forte e empregados respeitados”, ressaltou o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira.
Os debates desta terça-feira começaram com uma análise de conjuntura feita pela deputada federal Erika Kokay (PT/DF). Ao avaliar o cenário do país, a parlamentar enfatizou que o momento é de resistência. “A lógica que predomina hoje no Parlamento é marcada pelo fundamentalismo patrimonialista, na qual a vida dos trabalhadores, dos quilombolas e dos índios não tem importância. E isso não é novo para nós. Foi o que vivemos nos anos 90, quando houve ataques aos direitos da classe trabalhadora e desmonte de estatais” alertou.
A segunda parte do seminário, à tarde, teve como debatedora Maria Rita Serrano, representante suplente no Conselho de Administração da Caixa. Para ela, a mobilização em defesa da Caixa e das estatais continua. “Tivemos uma importante vitória no Senado quando modificamos o principal objetivo do PLS 555. Mas o agora PL 4918 está para ser voltado na Câmara dos Deputados, onde o cenário é desfavorável. Precisamos defender veementemente a Caixa e as demais empresas públicas”, disse.
O evento foi finalizado com um debate sobre a reestruturação na Caixa. Fabiana Matheus informou que, por e-mail, o banco assegurou que “não há cronograma ou definições para outras etapas”. “A luta agora é para reverter as medidas que foram implementadas desde quando o processo começou, em 10 de abril. A mobilização não vai parar. Por isso, aqueles que foram prejudicados devem continuar denunciando junto aos sindicatos”, esclareceu.