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17 de Setembro de 2020 às 06:29

Em greve há um mês, trabalhadores dos Correios fazem atos pelo país nesta quinta 17


CUT Nacional
Érica Aragão

No dia em que os trabalhadores e as trabalhadoras da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) completam um mês de greve, nesta quinta-feira (17), a categoria vai fazer atos políticos e culturais em todo país em defesa dos direitos e contra a privatização da empresa.

A concentração do Ato Nacional em Defesa da Vida, dos Direitos e Empregos está marcada para acontecer a partir das 9 horas da manhã em frente ao Ministério das Comunicações, em Brasília.

Depois, os trabalhadores e as trabalhadoras seguirão até a Rodoviária e farão panfletagem de uma Carta Aberta à População explicando os motivos da greve e da mobilização.

Os atos desta quinta fazem parte do calendário de lutas da categoria, que foi aprovado na última reunião da diretoria da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos (Fentect-CUT) e sindicatos filiados através de videoconferência no último sábado (12).

A mobilização está prevista para acontecer também nas bases dos 31 sindicatos filiados à federação. Representantes da CUT e demais centrais sindicais, de partidos, movimentos sociais e de entidades que apoiam a greve dos trabalhadores dos Correios também estarão presentes.

A secretária da Mulher da Fentect e dirigente da CUT Nacional, Amanda Gomes Corsino, afirma que essa greve já é a maior da história da categoria, pela quantidade de dias parados, pelo engajamento dos trabalhadores na luta e também pela sua importância para o país.

A dirigente disse que a categoria vai explicar para a população que a greve não é “apenas” pela redução em 40% da remuneração e a retirada de 70 cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) dos trabalhadores dos Correios. É também para denunciar à população os prejuízos que terão caso o governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) e seus ministros privatizem a empresa pública mais antiga do país, mesmo com lucro líquido de R$ 614 milhões no primeiro semestre de 2020.

“Privatizar a ECT pode significar a demissão de 100 mil trabalhadores e trabalhadoras, mas mais que isso.  A ECT é a única empresa que tem capilaridade em todo território nacional e a única que chega em todos os municípios, como na distribuição de remédios e materiais escolares, por exemplo. Se a estatal for privatizada, a lógica passará a funcionar pelo lucro e cidades pequenas podem ficar desassistidas, assim como acontece com as concorrentes e em outros países”, explicou Amanda, que também é presidenta do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos do Distrito Federal e Região do Entorno (Sintect-DF).

De acordo com o secretário de Comunicação da Fentect-CUT, Emerson Marinho, nos atos desta quinta-feira estão programados teatro e atos culturais e os sindicatos e os trabalhadores irão respeitar o distanciamento social e os cuidados básicos contra a Covid-19, como uso de máscaras e álcool em gel.

O dirigente falou também sobre a importância dos atos desta quinta para manter os ECTistas mobilizados e para desmentir o que o governo de Bolsonaro, seus ministros e a direção da empresa estão dizendo sobre a greve da categoria.

“Bolsonaro, seus ministros e a direção da ECT estão dizendo que a greve é por um vale peru no fim do ano e que após 30 dias de greve se configura abandono de emprego e nada disso é verdade. Nossa greve é legal e nossa luta é muito mais ampla que isso. O que eles querem é desmobilizar, mas não vão conseguir. O calendário de luta é justamente para que os trabalhadores dos Correios mantenham o gás da mobilização até que nossos direitos sejam restabelecidos”, afirmou Marinho.

A próxima mobilização da categoria já está na agenda. No dia 21, quando acontecerá o julgamento do ACT no Tribunal Superior do Trabalho (TST), a categoria irá fazer outro grande ato nacional em Brasília. Caravanas de trabalhadores e trabalhadoras de todo país já se organizam para seguirem rumo a capital federal para participarem da luta.


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