O presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, reafirmou nesta terça-feira (17), durante audiência pública na Câmara dos Deputados, o posicionamento em defesa da Caixa 100% pública. O evento foi convocado pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, onde tramita o Projeto de Lei 551/15 do deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) que visa impedir a venda de ações da Caixa, assim como a transferência de lotéricas à iniciativa privada.
Além de Jair Pedro Ferreira e deputados que compõem a comissão, também participaram da mesa de debates, o técnico da seção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) na Fenae, Felipe Miranda; o diretor de Relações Trabalhistas e Qualidade de Vida da Federação Nacional das Associações dos Gestores da Caixa Econômica Federal (Fenag), Marconi Apollo; o superintendente Nacional de Atendimento Jurídico e Controle da Rede da Caixa e representante do Conselho de Administração do banco, Leonardo Faustino Lima; e o diretor da Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia da Universidade de Brasília, Roberto de Góes Ellery Júnior
A audiência pública contou também com a participação da deputada federal (PT-DF) e empregada da Caixa, Erika Kokay; os diretores da Fenae Clotário Cardoso, Natascha Brayner e Anabele Silva, concursados do banco, entre outros.
“O debate foi extremamente importante. Defendemos a manutenção da Caixa 100% pública e o protagonismo do banco no desenvolvimento social do país. A Caixa tem papel fundamental na implementação das políticas públicas de Estado, programas sociais e de transferência de renda”, ressalta o presidente da Fenae. E acrescenta: “Desde o ano passado, a Fenae, bem como outras entidades do movimento sindical e associativo dos empregados da Caixa estão mobilizando a sociedade para garantir que o capital da Caixa não seja aberto. No Congresso, por exemplo, existe uma frente parlamentar em defesa do banco com a participação de 223 parlamentares. E nossa luta vai continuar”.
O diretor da Fenag, Marconi Apollo, também se posicionou contrário a abertura do capital social da empresa. "Quando um banco deixa de ser 100% público e passa a ter outros sócios da iniciativa privada, a grande pergunta é: o quanto vamos ganhar? Já a Caixa, enquanto empresa 100% pública, se pergunta: que benefício vou levar para a população?"
Para a deputada Erika Kokay, as funções sociais exercidas pelo banco deixariam de acontecer se a Caixa fosse pautada pelo “olhar do lucro”. “Dizer que a iniciativa privada representa maior controle significa desconhecer a história do país”. Ela lembrou casos de bancos nacionais comandados pela iniciativa privada que faliram, como o Econômico e o Bamerindus.
O deputado Luiz Carlos Hauly disse que a instituição deve focar na continuidade de sua rede de serviços sociais. "O modelo Caixa é um modelo público, pela sua característica de Caixa, se não ela se chamaria banco. É a poupança, é o Fundo de Garantia (FGTS), os programas sociais, as transferências sociais, os recursos do governo contratados com os municípios. Então, é uma instituição modelar."