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10 de Maio de 2016 às 06:06

Eficiência da Caixa não pode ser aprimorada às custas dos empregados

Segundo o balanço divulgado nesta segunda-feira (9), o banco teve lucro líquido de R$ 838,7 milhões no primeiro trimestre de 2016. Representações dos trabalhadores estão preocupadas com medidas para diminuir gastos e aumentar a produtividade


Crédito: FENAE
Brasília - A Caixa Econômica Federal teve lucro líquido de R$ 838,7 milhões entre janeiro e março deste ano, crescimento de 31,7% em relação ao último trimestre de 2015. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (9). De acordo com o banco, o resultado operacional foi de R$ 385,3 milhões no período, o que significou elevação na comparação com os dois últimos trimestres.

No balanço, a Caixa destaca, entre outros pontos, as ações para racionalização de gastos e aumento da produtividade. O presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, se diz preocupado. “Chama atenção a redução de 8,1% nas despesas com pessoal e de 2,9% nas administrativas. É, sim, muito importante que o banco seja mais eficiente, mas não às custas dos trabalhadores, que estão a cada dia mais sobrecarregados nas unidades de todo o país”, afirma.

Fabiana Matheus, coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), reforça a posição com dois exemplos. “Tivemos uma reestruturação na matriz e em algumas filiais que foi feita sem diálogo com a categoria. Agora, a empresa reabre o prazo para adesão ao Plano de Apoio à Aposentadoria, com o objetivo de reduzir ainda mais o quadro de pessoal. Além disso, a direção mantém a intransigência ao não retomar as contratações”, critica.

No final de 2014, a Caixa alcançou a marca de 101 mil empregados. Hoje, são menos de 97 mil. No PAA realizado em 2015, cerca de 3.200 empregados deixaram a empresa. Já no Plano deste ano, a expectativa do banco é desligar mais 1.500. Enquanto a direção do banco se recusa a retomar as contratações, há 30 mil aprovados no concurso e 2014 aguardando convocação.

Banco público e social

Na avaliação do presidente da Fenae, o balanço do primeiro trimestre de 2016 reforça a importância da Caixa continuar 100% pública e com forte atuação social, em prol dos brasileiros. As contratações da carteira de crédito habitacional somaram R$ 15,5 bilhões.  As operações de saneamento e infraestrutura tiveram saldo de R$ 73,1 bilhões, avanço de 21,5% em 12 meses. De janeiro a março, o banco injetou R$ 170,3 bilhões na economia brasileira.

Destaque ainda maior para a operação dos programas sociais do governo federal. No primeiro trimestre, foram pagos cerca de 42 milhões de benefícios sociais (R$ 6,9 bilhões), dos quais 39,5 bilhões do Bolsa Família (R$ 6,4 bilhões). O banco também foi responsável por realizar 47 milhões de pagamentos de benefícios voltados ao trabalhador, que totalizaram R$ 61,3 bilhões. Já as aposentadorias e pensões do INSS somaram R$ 18 bilhões.

“Os números mostram como a Caixa é essencial no nosso dia a dia e tem ajudado nas ações que transforaram a vida do povo brasileiro, como é o caso do Minha Casa, Minha Vida e do Bolsa Família. Por isso, não podemos retroceder. O banco deve continuar 100% público e com esse forte papel social. Se necessário for, a luta contra qualquer ameaça a esse modelo será intensificada, pois essa é a Caixa que o país quer e precisa”, ressalta.

Fonte: Agência Fenae

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