No balanço, a Caixa destaca, entre outros pontos, as ações para racionalização de gastos e aumento da produtividade. O presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, se diz preocupado. “Chama atenção a redução de 8,1% nas despesas com pessoal e de 2,9% nas administrativas. É, sim, muito importante que o banco seja mais eficiente, mas não às custas dos trabalhadores, que estão a cada dia mais sobrecarregados nas unidades de todo o país”, afirma.
Fabiana Matheus, coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), reforça a posição com dois exemplos. “Tivemos uma reestruturação na matriz e em algumas filiais que foi feita sem diálogo com a categoria. Agora, a empresa reabre o prazo para adesão ao Plano de Apoio à Aposentadoria, com o objetivo de reduzir ainda mais o quadro de pessoal. Além disso, a direção mantém a intransigência ao não retomar as contratações”, critica.
No final de 2014, a Caixa alcançou a marca de 101 mil empregados. Hoje, são menos de 97 mil. No PAA realizado em 2015, cerca de 3.200 empregados deixaram a empresa. Já no Plano deste ano, a expectativa do banco é desligar mais 1.500. Enquanto a direção do banco se recusa a retomar as contratações, há 30 mil aprovados no concurso e 2014 aguardando convocação.
Banco público e social
Na avaliação do presidente da Fenae, o balanço do primeiro trimestre de 2016 reforça a importância da Caixa continuar 100% pública e com forte atuação social, em prol dos brasileiros. As contratações da carteira de crédito habitacional somaram R$ 15,5 bilhões. As operações de saneamento e infraestrutura tiveram saldo de R$ 73,1 bilhões, avanço de 21,5% em 12 meses. De janeiro a março, o banco injetou R$ 170,3 bilhões na economia brasileira.
Destaque ainda maior para a operação dos programas sociais do governo federal. No primeiro trimestre, foram pagos cerca de 42 milhões de benefícios sociais (R$ 6,9 bilhões), dos quais 39,5 bilhões do Bolsa Família (R$ 6,4 bilhões). O banco também foi responsável por realizar 47 milhões de pagamentos de benefícios voltados ao trabalhador, que totalizaram R$ 61,3 bilhões. Já as aposentadorias e pensões do INSS somaram R$ 18 bilhões.
“Os números mostram como a Caixa é essencial no nosso dia a dia e tem ajudado nas ações que transforaram a vida do povo brasileiro, como é o caso do Minha Casa, Minha Vida e do Bolsa Família. Por isso, não podemos retroceder. O banco deve continuar 100% público e com esse forte papel social. Se necessário for, a luta contra qualquer ameaça a esse modelo será intensificada, pois essa é a Caixa que o país quer e precisa”, ressalta.