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São Paulo – O dia 19 de outubro de 1974 tem a marca de um dos maiores escândalos de violação de direitos humanos no país. Foi quanto 93 jovens menores, entre 11 e 17 anos, foram levados por policiais do Departamento Estadual de Investigações Criminais de São Paulo (Deic), de São Paulo, às margens da Rodovia Fernão Dias, próximo ao município de Camanducaia, Minas Gerais.
Lá foram despidos e jogados de uma ribanceira, após uma sessão de espancamento. No dia seguinte, apenas 41 deles apareceram no município, nus e machucados, em busca de ajuda.
O episódio será recontado no documentário Operação Camanducaia, do diretor Tiago Toledo. O filme estreia no dia 2 de outubro, no canal Curta!.
Para a produção do filme, que parte de uma conversa com o escritor José Louzeiro, autor do livro Infância dos Mortos, baseado no episódio, foram entrevistadas cerca de 40 pessoas. Também foram realizadas pesquisas em aproximadamente 1,5 mil páginas de documentos e jornais. Estão entre os personagens do filme o jornalista Paulo Markun, o padre Júlio Lancellotti e o ex-governador de São Paulo Laudo Natel.
Devido à expressiva repercussão na mídia, investigações foram realizadas. No dia 13 de dezembro de 1974, o promotor de Justiça João Marques da Silva ofereceu denúncia contra 14 delegados e sete policiais, por abuso de autoridade, maus-tratos e abandono de menores.
Cerca de um ano depois, em 7 de outubro de 1975, no entanto, as Câmaras Conjuntas Criminais do Tribunal de Justiça de São Paulo, em unanimidade, concederam um habeas corpus aos acusados e determinaram o arquivamento do caso.
Com informações do Brasil de Fato