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2 de Agosto de 2016 às 06:07

Dilma divulgará carta com apoio a plebiscito para antecipar eleição

Em entrevista à 'BBC Brasil' e 'BBC Mundo', presidenta afastada fala da estratégia para derrubar o impeachment no Senado: consultar a população sobre a antecipação de eleições


Crédito: JOSÉ CÍCERO DA SILVA
Dilma: carta faz parte de estratégia para tentar convencer 27 dos 81 senadores a votar contra sua cassação

por Redação RBA

São Paulo – A presidenta afastada, Dilma Rousseff, divulgará esta semana uma carta ao povo brasileiro e ao Senado, comprometendo-se a apoiar um plebiscito que consulte a população sobre antecipação de eleições presidenciais, caso consiga derrubar o processo de impeachment que tramita no Senado e voltar ao governo. “Estou defendendo um plebiscito porque quem pode falar o que eu devo fazer não é nem o Congresso, nem uma pesquisa, ou qualquer coisa. Quem pode falar é o conjunto da população brasileira, que me deu 54 milhões e meio de votos”, afirmou em entrevista à BBC Brasil e ao BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC.

A presidenta também disse que pretende comparecer pessoalmente para fazer sua defesa quando o caso for julgado pelo plenário do Senado, entre final de agosto e início de setembro. “Eu quero muito ir. Depende das condições. Como o presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, presidirá (o julgamento), acredito que haverá condições”, afirmou.

A realização de um plebiscito depende de aprovação do Congresso – mesmo que Dilma consiga retornar à Presidência, não poderia convocar a consulta sozinha, teria que contar com a aprovação pelo Congresso, onde o PMDB de Temer e Eduardo Cunha tem maioria.

Na entrevista, a presidenta reconheceu essa dificuldade, mas ressaltou que é necessário apenas o apoio da maioria simples dos congressistas (metade dos presentes na sessão) para convocar um plebiscito.

“Acredito que nós temos que lutar para viabilizar o plebiscito. Pode ser difícil passar (no Congresso), a eleição direta foi também. Nós perdemos quando nós defendemos as Diretas Já (campanha pelo voto direto em 1984) e tinha milhões de pessoas nas ruas. Perdemos num momento e ganhamos no outro”, afirmou.

Leia a entrevista.


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