Considerado o consolidado de todos os planos, os ativos investidos tiveram variação negativa de 0,06%, com rentabilidade total de 3,57%, 1,28 ponto porcentual inferior à meta atuarial para o período, que era de 4,85%. Na avaliação dos gestores da Fundação, a turbulência do mercado financeiro registrada em maio e junho é a culpada pelo resultado ruim. A valorização dos investimentos ficou aquém da rentabilidade mínima esperada, mesmo com a revisão da meta atuarial, de 5,5% para 4,5%, implementada em janeiro.
“Além do atraso na divulgação dos balancetes, sempre com meses de defasagem, a Fundação adota a transparência seletiva. Quando o resultado é favorável, a divulgação é ostensiva. Se há deficit, só divulga parte da informação”, critica a diretora de Saúde e Previdência da Fenae, Fabiana Matheus.
Contencioso continua crescendo
O contencioso continua pesando nos resultados dos planos de benefícios. O valor aprovisionado na rubrica “perda provável” – que compreende as ações judiciais cuja perda já esperada por parte do departamento jurídico da Funcef – é de R$ 1,4 bilhão até junho de 2018, valor 1,1% superior ao R$ 1,427 bilhões de dezembro de 2017.
Contudo, o chamado “contencioso oculto” continua em patamar assustador. O valor relativo às ações de “perda possível” – que inclui as ações com probabilidade de perda avaliada em 50% – alcançou R$ 17,1 bilhões em junho de 2018. Como esse tipo de passivo não precisa ser contabilizado nem provisionado, a informação permanece restrita às chamadas notas explicativas.
Se metade desse valor se converter em perda, como espera o jurídico da Funcef, serão mais R$ 8,5 bilhões a engrossar a conta do deficit. Somadas, todas essas demandas judiciais chegam a quase R$ 19 bilhões.
Fonte: Fenae