Principais impactos
Mais uma vez, a volatilidade da renda variável (Ibovespa a -13,3%) causou grande impacto. Os investimentos feitos nesse segmento tiveram desempenho negativo, de 15,49%. A carteira foi afetada principalmente pela redução de 20% na avaliação do FIA Carteira Ativa II (Vale), com a participação da Funcef baixando de R$ 5,6 bilhões para R$ 4,5 bilhões.
Outro impacto negativo foi a rentabilidade de -22,29% nos investimentos estruturados, em razão de provisões para perdas nos principais Fundos de Investimentos, entre os quais FIP Sondas (Sete Brasil), FIP Global Equity Properties e FIP OAS Empreendimentos de R$ 1,7 bilhão, R$ 204,5 milhões e R$ 170,1 milhões, respectivamente.
Há que se registrar ainda a aceleração da inflação - INPC em 11,28% ao final do exercício, que elevou a meta atuarial para patamar superior a 17% e provocou aumento substancial dos passivos dos planos de benefícios. O passivo judicial também está entre os fatores do déficit acentuado. O valor provisionado subiu de R$ 1,4 bilhão em 2014 para R$ 1,9 bilhão em 2015, um incremento de 39%.
Em relação aos impactos positivos, os investimentos em renda fixa apresentaram resultados apenas ligeiramente abaixo das metas atuariais dos planos. Com rendimento de 16,92%, a carteira atingiu R$ 29,7 bilhões em ativos. O melhor retorno foi de 17,64% alcançado em títulos públicos. Operações com Participantes renderam 15,92%, com ativos chegando a R$ 2,3 bilhões. Investimentos Imobiliários, com ativos da ordem de R$ 5,3 bilhões, renderam 9,28%.
Equacionamento
Ainda de acordo com o balanço, houve déficit acumulado em todos os planos no ano passado: R$ 1 bilhão no REG/Replan Não Saldado, R$ 6,9 bilhões no Saldado, R$ 71 milhões no Novo Plano e R$ 13 milhões no REB. Pela legislação em vigor, R$ 6 bilhões terão que ser equacionados no REG/Replan Saldado, e R$ 929,4 milhões no REG/Replan Não Saldado. As condições serão definidas pela Fundação e aplicadas a partir de 2017.
“Assim que os relatórios forem publicados, faremos uma análise apurada com o apoio dos técnicos do Dieese e da nossa assessoria atuarial. O que já podemos dizer é que o avanço do déficit é preocupante. Há dois anos que se fala em estanca-lo, mas nada foi feito até agora na prática”, afirma o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira.