A CUT/PA repudia o projeto político do governo Bolsonaro de devastar, desmatar, destruir a vida, em especial no Pantanal e na Amazônia. Ao mesmo tempo em que reduz drasticamente a fiscalização e os orçamentos ambientais, o governo Bolsonaro aproveita a pandemia para "passar a boiada", o que se traduz em medonha destruição, pelo fogo, de cerca de 16% do Pantanal, a maior planície alagada do mundo, onde vivem 36 espécies em extinção. Até a semana passada, 23 mil quilômetros quadrados foram reduzidos a cinzas. Uma área maior que a do estado de Sergipe!
Os efeitos para a fauna local ainda não puderam ser calculados. O Parque Encontro das Águas, principal refúgio das onças-pintadas, perdeu mais de 70% de seu território.
Trabalhadores e trabalhadoras que estão na linha de frente de combate aos incêndios são unânimes em confirmar que o fogo foi ateado pela ação humana, buscando com isso, reduzir as áreas mais selvagens do Pantanal para poder ampliar novas áreas para a exploração de atividades econômicas, sejam da grande agricultura ou mesmo da pecuária.
O mesmo se aplica também a Amazônia, pois de pois de 2019, o ano que se registrou os maiores índices de queimadas e desmatamentos ocorridos em nossa região por iniciativa de setores do agronegócio, madeireiras e pecuaristas, esse ano não tem sido diferente nesta questão, pois a política de queimadas continua em curso na nossa região, mesmo com os protestos e apelos de ONGs, representações de defesa da ecologia, meio ambiente e outros, enfim, todos esses apelos e reivindicações foram ignorados pelo Governo Bolsonaro.
A situação encontra-se tão calamitosa que as entidades nacionais e internacionais que foram ignoradas em seus apelos pelo Governo Bolsonaro, procuraram os representantes políticos da União Europeia (a única entidade política internacional que possui algum tipo de poder para frear essa escalada selvagem de destruição da natureza brasileira), no sentido de poder pressionar o Governo Bolsonaro a buscar uma solução para tamanho problema, algo que a mesma entidade já salientou a possibilidade de suspender o Acordo de Livre Comércio, assinado entre a mesma União Europeia e o Mercosul se o Governo Bolsonaro não empreender, de forma concreta, alguma providência no que se refere a contenção das políticas de ações predatórias na Amazônia e em outros biomas brasileiros.
Contra essa política de devastação da vida, contra esse ataque brutal à fauna e flora, aos povos indígenas, aos remanescentes de quilombos, os trabalhadores e trabalhadoras rurais das regiões da Amazônia e do Pantanal matogrossense, a CUT/ PA manifesta o seu repúdio mais uma vez ao Governo Bolsonaro e as suas ações chacais,bestiais contra a natureza,a vida e povo brasileiro.
Belém, 16 de setembro de 2020.
CUT.Pa
#soscerrado
#sosAmazônia