Escrito por: Leonardo Severo - CUT
São Paulo - A dirigente cutista Rita Berlofa, diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, foi eleita presidente da UNI Finance, que representa mais de 3 milhōes de trabalhadores de 237 sindicatos do setor financeiro no mundo. A eleição ocorreu durante a 4ª Conferência Mundial da entidade, ocorrida nesta sexta-feira (23) na cidade de Antalya, na Turquia.
“Esta é a primeira vez que alguém de fora da União Europeia é eleito presidente da UNI Finance. É a primeira vez também que uma mulher ocupará este cargo. Vejo isso como um importante reconhecimento do trabalho que temos feito no Brasil, um reconhecimento dos princípios cutistas que norteiam nossa ação sindical”, declarou Rita.
Entre os “enormes desafios” colocados para a gestão, a nova presidente apontou a regulamentação do sistema financeiro, considerando as diferenças regionais, e a integração sindical, com a estruturação e o fortalecimento das entidades no conjunto dos países.
Um dos graves problemas existentes reside na ausência de representação dos 1,7 milhão de bancários norte-americanos, que são 1/3 do total do planeta. “O fato dos bancários dos Estados Unidos não terem sindicato nos traz uma dificuldade tremenda. Por isso, inclusive, iniciamos uma parceria com o Sindicato dos Bancários de São Paulo, a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e a Central Única dos Trabalhadores com o Sindicato dos Trabalhadores em Comunicações da América (CWA) - que representa mais de 700 mil trabalhadores de vários segmentos de serviços dos Estados Unidos, Canadá e Porto Rico”, explicou. De acordo com Rita, a situação é agravada pelo fato de “os EUA serem um país que exporta más práticas sindicais, portanto traz riscos para a organização de todos”. “Como não existe ilha em uma economia globalizada, o trabalho que teremos pela frente é hercúleo”, acrescentou.
Sublinhando a importância da solidariedade com os bancários norte-americanos, Rita descreveu a situação de penúria a que são submetidos: “30% vivem abaixo da linha da pobreza e 70% destes 30% têm necessidade de receber ajuda do governo para se alimentar, morar e ter calefação, pois recebe menos do que o pessoal da limpeza, que tem sindicato para lutar por seus salários e direitos”.
“Vamos encarar cada um estes desafios com a história e a política da CUT”, concluiu.