Escrito por: Executiva Nacional da CUT
A Direção Executiva da CUT realizou uma reunião extraordinária ampliada no dia 10 de dezembro, em São Paulo, com o objetivo de avaliar a conjuntura e traçar as ações estratégicas em relação ao momento de aprofundamento da crise política que estamos enfrentando, com graves desdobramentos na economia e na sociedade.
A aceitação da abertura de processo de impeachment pelo presidente da Câmara de Deputados, Eduardo Cunha, e suas manobras escusas para dificultar os trabalhos do Conselho de Ética da mesma casa, onde seus crimes estão sendo analisados, revelaram aspectos perturbadores da natureza da crise política que atravessamos e do cenário onde as forças comprometidas com o golpe tramam o seu desfecho.
A nação não pode ficar refém dessas manobras. A CUT, junto com os movimentos populares e sociais e setores democráticos da sociedade, intensificará a luta contra o golpe e por mudanças na política econômica.Conclama suas bases para engrossarem as manifestações programadas para o mês de dezembro e a se manterem em estado de alerta para o que acontece no país, particularmente em Brasília.
A CUT intensificará também sua ação no plano internacional, desenvolvendo ações junto com Centrais Sindicais parceiras para denunciar o golpe em curso no Brasil. Já recebemos apoio de várias entidades sindicais da América Latina, presentes no III Encontro do Movimento Pedagógico Latino-Americano, realizado em São José, Costa Rica, cuja moção incluímos em anexo.
As bandeiras que unificam a luta dos movimentos populares e sociais e que devem estar presentes em todas as nossas manifestações e material de propaganda são:
Para levar à frente esta luta, aprovamos o seguinte calendário:
1- DIA 15 DE DEZEMBRO, ÀS 9H – AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DO SENADO em defesa da democracia e dos direitos dos trabalhadores. Convocamos toda a militância CUTista, especialmente os trabalhadores de empresas estatais, os petroleiros, os trabalhadores/as rurais e as mulheres para dizer:
NÃO AO PLS 555/15 – ESTATAIS – Projeto representa uma tentativa de privatização das Estatais e de implantação do Estado Mínimo no Brasil
NÃO AO PLC 30/15 – TERCEIRIZAÇÃO – Projeto autoriza a terceirização em todas as atividades e setores, legalizando a precarização geral das relações de trabalho no Brasil.
NÃO AO PLS 131/15 – PRÉ SAL – Projeto retira da Petrobrás a condição de operadora exclusiva, com participação mínima de 30% na exploração do pré-sal, o que na prática representa permitir a privatização da empresa, ameaçando a soberania nacional.
NÃO AO PL 5069/15 – MULHERES – Projeto de autoria do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, transforma em crime induzir ou auxiliar a gestante a praticar aborto e cria empecilhos à pratica do aborto legal em caso de estupro. Na prática, o projeto representa uma violência com as mulheres.
NÃO AO PL 432/13 – TRABALHO ESCRAVO – Projeto flexibiliza o conceito de trabalho escravo previsto no novo Código Civil, retirando o reconhecimento do trabalho em condições degradante e da jornada exaustiva como análogos ao escravo.
2- ATO NO DIA 16 DE DEZEMBRO
FORA CUNHA!
EM DEFESA DA DEMOCRACIA! NÃO VAI TER GOLPE!
POR UMA NOVA POLÍTICA ECONÔMICA! CONTRA O AJUSTE FISCAL!
DIREÇÃO EXECUTIVA DA CUT