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16 de Dezembro de 2016 às 13:10

Contraf rechaça mudanças de Temer no FGTS que podem aumentar demissões

Temer acaba com a multa de 10% sobre o saldo do FGTS que as empresas pagam


Crédito: Beto Barata/PR

Quando o governo ilegítimo de Michel Temer anuncia alguma mudança, o trabalhador já espera o pior, e com razão. Desta vez, entre as medidas anunciadas, como estímulo à economia, nesta quinta-feira (15), está mais uma que vai prejudicar ainda mais os trabalhadores. A meta é extinguir gradualmente a multa adicional de 10% sobre o saldo do FGTS. Quando o trabalhador é demitido sem justa causa, a empresa paga 40% para o empregado e 10% para o governo. Essa fatia depositada na conta do poder público vai ser reduzida em 1 ponto percentual ao ano até acabar totalmente.

Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT, alerta que a medida irá gerar um número ainda maior de demissões, já que vai pesar menos no bolso do empresário demitir sem justa causa, e mais ainda nas costas do trabalhador.

“A nossa reivindicação sempre foi aumentar a multa para quem demite. Encarecer para desestimular. Onerar para preservar o emprego. E o governo golpista de Temer vem com mais uma medida que desprotege o trabalhador, já que o empresário, como sempre, em seu governo, é quem sai ganhando”, critica Roberto von der Osten.

12 milhões de desempregados

O desemprego aumenta a cada dia com Temer no governo. Dados do IBGE revelam que o desemprego ficou em 11,8% no trimestre encerrado em outubro deste ano. A taxa segue como a maior de toda a série histórica da Pnad, que teve início em 2012 e a população de trabalhadores brasileiros desempregados chega a 12 milhões, com aumento de 32,7%, ou 3 milhões de pessoas, na comparação com o mesmo período de 2015.

“Mesmo diante de números tão estarrecedores, a opção do governo não é pela manutenção ou geração de emprego,  o objetivo é levar em frente a agenda neoliberal, com consequências nocivas ao país e para o povo”, destaca o presidente da Contraf-CUT.  

Desemprego nos bancos bate recorde

O desemprego na categoria bancária também disparou. A aceleração do número de demissões nos bancos se comprovou na última pesquisa do Dieese, com base nos números do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego). De janeiro a outubro de 2016, os bancos brasileiros fecharam 10.009 postos de trabalho no país. Esse número supera o total de postos de trabalho bancário fechados em 2015 (9.886) e representa um aumento de 58,4% em relação ao número de postos fechados no mesmo período em 2015, quando foram extintos 6.319 empregos.

São Paulo foi o estado onde ocorreram mais cortes (menos 4.688 postos, 46,8% do total de postos fechados), seguido pelo Rio de Janeiro, que fechou 1.595 postos (16,0%), o Paraná, com 715 postos extintos (7,1%) e Minas Gerais (menos 625 postos ou 6,2% do total). Apenas três estados registraram saldo positivo no emprego bancário, com destaque para o Pará, com 104 postos abertos.

“A conjuntura é muito complicada e o país vive uma instabilidade política. Os bancos deveriam colocar em prática a responsabilidade social que tanto falam em seus anúncios comercias, começando pela proteção do emprego de seus funcionários. Mas não é isto que comprovamos, eles continuam demitindo para ganhar ainda mais. Seja nos bancos privados, ou nos públicos, como a Caixa e o Banco do Brasil, com seu famigerado projeto de reestruturação, a nossa luta é pela defesa dos empregos e contra as demissões. Não vamos descansar. Os trabalhadores estão mobilizados”, afirma o presidente da Contra-CUT.

 

Fonte: Contraf-CUT


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