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7 de Janeiro de 2016 às 07:53

Contraf é contra aumentar em 54% as contribuições dos associados da Cassi

A avaliação é de que a proposta onera demasiadamente os associados ativos e aposentados, entre outros questionamentos


Crédito: Divulgação

São Paulo - Três das entidades que participam da Comissão de Negociações com o BB sobre a Cassi, coordenada pela Contraf-CUT, romperam com o procedimento unitário que vinha sendo adotado até então pelos representantes dos trabalhadores e apresentaram proposta que repassa aos associados maior responsabilidade pelo custeio da Cassi. Propõem aumentar em 54% as contribuições dos associados e do BB e abrem espaço para novos aumentos futuros.

A Contraf-CUT é contra esta proposta. Primeiro, porque onera demasiadamente os associados ativos e aposentados. Segundo, parte de premissas no mínimo questionáveis, conforme demonstram os próprios balanços anuais da Cassi. A proposta das três entidades considera que as receitas da Cassi cresceram 8,75% ao ano entre 2007 e 2014, enquanto que as despesas médicas cresceram 12,02% ao ano no mesmo período. Se tomarmos  período mais amplo, de 2004 a 2014, veremos que as receitas da Cassi (excetuando as oriundas do BET) cresceram 129%, para um aumento de 142% nas despesas com atenção à saúde, conforme a tabela abaixo, com valores em R$ milhões. Receitas e despesas cresceram em patamares semelhantes, não justificando um aumento exponencial nas contribuições, conforme propõem as três entidades.

           

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

Aumento

Receitas

670

613

712

834

899

997

1.082

1.206

1.309

1.419

1.532

129%

Despesas

713

622

813

 796

 876

1.038

1.027

1.249

1.459

1.590

 1.727

142%


Em terceiro lugar, não há nenhuma garantia de que o BB aumente suas contribuições. Uma proposta de aumento de custeio apresentada por entidades representativas do funcionalismo abre espaço para que o banco mande a conta para os associados. Desde o começo das negociações o BB se nega a aumentar suas contribuições patronais, e a Contraf entende que a proposta pública das entidades enfraquece o posicionamento dos trabalhadores na mesa de negociações.

Por último, um aumento das contribuições de tal monta não garante, por si só, ampliação da rede credenciada e melhoria no atendimento, um problema crônico da Cassi. Todos sabem que há boicote de médicos e especialistas em várias localidades, seja por orientação de cooperativas de médicos, seja porque muitos profissionais usam os planos de saúde para compor sua carteira de clientes e depois abandonam os planos, levando consigo os pacientes para cobrar altos valores pelas consultas. A solução destes problemas é extremamente complexa e não se resolve por um passe de mágica, com simples aumento das contribuições.

A proposta da Contraf

A proposta da Contraf, apresentada ao BB em consenso com as demais entidades que compõem a Comissão de Negociação, envolve, essencialmente:

1. Investimento de R$ 150 milhões por parte do BB para implantar as ações estruturantes e de sustentabilidade apresentadas pelos diretores eleitos da Cassi (melhoria de processos de regulação e racionalização de despesas, implantação de dois projetos-piloto de unidades próprias para implantação da estratégia de saúde da família, dentre outros);

2. Antecipação de contribuições patronais, para equilibrar o fluxo de caixa da entidade. A expectativa é que estas medidas tragam redução de despesas, deixando mais claro, ao final, se haverá mesmo necessidade de aumentar contribuições.

Fonte: Contraf-CUT


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