São Paulo - “Construímos a mais importante ferramenta de negociação sindical que existe no Brasil, baseada em três pilares: unidade nacional, luta e democracia. Por isso estamos aqui, esta data precisava ser comemorada”, declarou o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, durante a festa de 10 anos da entidade, realizada na noite desta quinta-feira (18), em São Paulo.
Para Betão, os trabalhadores têm muito a comemorar. “Imaginem o que teria sido os últimos 10 anos sem a Contraf-CUT e os últimos 31 sem DNB/CNB/Contraf-CUT, essa construção de estrutura de luta. Nós conseguimos avançar rumo ao projeto da CUT de construção de sindicatos não só por categoria, mas por ramos. Para depois, derivar para a construção dos setoriais sindicais.”
O presidente da Contraf-CUT ainda lembrou que está na categoria, militando, desde a fundação da DNB, em 1985. E até mais, desde a fundação da CUT, em 1983. “É um privilégio muito grande. Tenho muito orgulho de ter militado com esses companheiros e companheiras que construíram um patrimônio. Nós deixamos um legado para os bancários e bancários e até para trabalhadores de outras categorias. Hoje, a negociação e a convenção, que nós construímos, balizam a negociação de diversas categorias. “
Juvandia Moreira Leite, vice-presidenta da Contraf-CUT, concordou com o companheiro. “A Contraf-CUT é uma das organizações de trabalhadores mais importantes do país. A nossa Convenção Coletiva Nacional é um exemplo para várias categorias, que ainda não conquistaram isso. Então nós temos que festejar. É resultado de uma organização que começou há mais de 30 anos”, orgulhou-se.
Carlos de Souza, secretário-geral da Contraf-CUT, lembrou que a celebração não é só dos dez anos da entidade, é dos mais de 30 anos de organização. “O processo de construção de representação da categoria bancária e todo esse esforço para construir um modelo de negociação que não existe no país nos orgulha muito. Conseguimos construir uma entidade extremamente forte, que resistiu aos ataques do neoliberalismo, durante toda década de 90. Acima de tudo, não tenho a menor dúvida em afirmar que, somos uma das mais senão a mais organizada do país. Somos a única categoria que tem um acordo coletivo nacional, que serve de ponta a ponta desse país. Nenhum bancário tem direito inferior ao outro. O que é direito de um é direito de todos.
O evento contou com uma homenagem a todos os ex-presidentes e à primeira direção executiva. A Contraf-CUT mudou o patamar de organização sindical, segundo Vagner Freitas, ex-presidente da Confederação e atual presidente da CUT. “Nós conseguimos ser reconhecida como uma Confederação que representa todos os sindicatos filiados. A Contraf-CUT, além de ser a única organização que tem um contrato coletivo de trabalho nacional, abriu as portas para que outras confederações fossem reconhecidas por vontades de seu sindicato, na estrutura sindical brasileira. A Contraf-CUT é uma das histórias mais bonitas da classe trabalhadora”, garantiu.
De acordo com Luiz Claudio Marcolino, ex-presidente da Contraf-CUT, a Confederação consolidou para a categoria bancária não só uma série de conquistas, mas também a unidade dos trabalhadores na defesa dos seus direitos. “A experiência que nós tivemos nesses dez anos demonstra que a gente está no caminho correto para ampliar a nossa representação. A Contraf-CUT está de parabéns”, disse.
Para Carlos Cordeiro, ex-presidente da Contraf-CUT, a entidade fortalece a luta de todos os trabalhadores do ramo. “A Contraf-CUT vem fortalecer o caminho da unidade, para agregar cada vez mais trabalhadores por todo o Brasil”, completou.
Já Jacy Afonso de Melo, primeiro secretário-geral da Contraf-CUT, a comemoração é por uma década importante de lutas e conquistas, como aumento real de salário e reposição da inflação. “Nós vínhamos de uma década anterior com uma política de abono, que não repunha a inflação. Portanto é uma homenagem, para coroar os 30 anos de luta, que começamos em 1985, com a greve nacional. Agora, nós temos que dar passos para avançar nesse processo.”
Para Raimundo Walter Luz Junior, primeiro secretário de Saúde da entidade, os trabalhadores, a cada momento que precisam na história, modificam o rumo para avançar nas conquistas. “Aquele momento foi de muita solidariedade, pois precisávamos dar passos melindrosos, no sentido da insegurança do momento. Mas, o que estava em jogo era o futuro da classe bancária, o futuro do contrato coletivo. Por isso foi tão importante e está se refletindo hoje na luta pelos bancários”, informou.
Maria Salete Gomes, primeira secretária de Imprensa da Contraf-CUT, disse que a homenagem é o reconhecimento de participação da história da categoria. “É importante que os trabalhadores resgatem essa história para que os atuais bancários tenham a dimensão da importância das nossas conquistas.”
Maria Stedile, primeira secretária de Finanças da confederação, lembra que, na criação, a intenção era garantir que as conquistas da luta da categoria bancária, conduzidas até aquele momento pela histórica CNB, não se perdessem pela burocracia jurídica sindical que ameaçava a existência da organização. “A Contraf-CUT se consolidou e hoje é referência para os movimentos sociais e sindicais”, exaltou.