Com Michel Temer na presidência da República e Henrique Meirelles no Ministério da Fazenda, o rombo fiscal explodiu, a arrecadação desabou e as vendas do comércio e da indústria foram ao fundo do poço.
A autodestruição brasileira ganhou nesta segunda-feira 14 até a manchete do jornal Valor Econômico, da Globo, que foi peça central do golpe.
Dados negativos
Apesar de Temer falar insistentemente em retomada da economia, o que se vê, na verdade, é a divulgação de índices cada vez piores. Analistas já descartam recuperação do crescimento do PIB esse ano e a recuperação a partir de 2017 também vem sendo reduzida.
Para 2016, as projeções para o PIB, que anteviam uma recessão de 3%, agora se situam em 3,5%. Para o próximo ano, as estimativas indicavam um crescimento de até 2%, mas agora estão mais próximas de 1%.
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) já prevê que o varejo brasileiro deve apresentar em 2016 um dos piores resultados históricos, com queda de 6%, depois que as vendas do comércio registraram o pior setembro em 12 anos.
A indústria brasileira também manteve contração em outubro, com redução nos níveis de produção e emprego, de acordo com a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês). E a produção industrial já acumula queda de 7,8% no ano.
Michel Temer, no entanto, apresenta projeções otimistas, que segundo ele serão decorrentes das medidas de austeridade que vem praticando – apesar de gastos em outros setores, apontando uma contradição.
Quando completou 180 dias no poder, ele pediu aos brasileiros mais oito meses de paciência, admitindo que "a retomada do emprego é algo que demora" e ainda que "nossa esperança é que no segundo semestre de 2017 o PIB não seja negativo".