A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) alerta para o aumento da quantidade de agências da Caixa que vêm sendo fechadas em virtude de confirmações ou suspeitas de empregados contaminados pelo coronavírus. Só nesta quarta-feira (13), vários casos foram noticiados na imprensa. Duas unidades da Caixa em Natal (RN) tiveram as atividades paralisadas após bancários apresentarem sintomas da doença. Em Londrina (PR), a agência localizada na Avenida Higienópolis, no centro da cidade, também foi fechada depois que uma trabalhadora apresentou sintomas da Covid-19. Na capital Cuiabá (MT), duas agências da Caixa — Paiaguás e Cidade Verde — também registraram contaminação de empregados e precisaram ser fechadas.
“Isto é resultado do que estamos alertando desde o início da pandemia: falta de planejamento por parte do governo, que centralizou todo o pagamento do auxílio emergencial na Caixa e não se preocupou em organizar o atendimento à população”, afirma o presidente da Fenae, Sérgio Takemoto. “Fizemos diversas reivindicações à direção do banco e a outros órgãos do Executivo — inclusive, ao ministro da Saúde, Nelson Teich — solicitando que medidas efetivas fossem tomadas em proteção à saúde das pessoas e dos bancários. Não nos ouviram e quem está sofrendo são os milhões de brasileiros e os cerca de 50 mil trabalhadores da Caixa à frente deste atendimento essencial à população”, acrescenta Takemoto.
Na capital do Rio Grande do Norte, a unidade da avenida Prudente de Morais foi fechada hoje pela segunda vez, em menos de duas semanas. Desta vez, outro bancário e um vigilante estão com sintomas da doença. A outra agência de Natal que precisou ser fechada nesta quarta-feira (13) é a de Lagoa Nova. No dia anterior, a unidade da Ribeira também fechou porque uma empregada teria testado positivo para a Covid-19.
SOLUÇÃO DEFINITIVA — Além da descentralização do pagamento do auxílio emergencial e da organização das filas na porta das agências, a Fenae continua insistindo para que o governo realize uma ampla e eficiente campanha de informação à sociedade. “Estas são medidas imprescindíveis para a solução definitiva dos problemas”, defende o presidente da Federação.
Segundo observa Takemoto, sem orientações claras e abrangentes, a população acaba recorrendo às agências. “É evidente, portanto, a necessidade de uma efetiva campanha que explique, por exemplo, que o cadastramento para o auxílio só é feito por aplicativo ou pela internet. E que muitos serviços bancários podem ser resolvidos ou agendados por telefone, sem a necessidade de deslocamento até o banco”, afirma.
Sérgio Takemoto também lembra que além de ofícios à direção da Caixa e ao Ministério da Saúde, a Fenae enviou, na última semana, ofício ao governador da Bahia, Rui Costa, presidente do Consórcio do Nordeste. No documento, a entidade pede apoio aos nove governadores da região para a organização das filas e aglomerações em agências da Caixa.
“É necessário colocar todos (os órgãos aptos) para fazerem o atendimento à população. Envolver também as prefeituras, por exemplo”, diz Takemoto. “O governo continua jogando para os trabalhadores da Caixa Econômica a responsabilidade de organizar o pagamento do auxílio emergencial. Esse não é o papel dos bancários, que estão fazendo um trabalho essencial aos brasileiros, se desdobrando para atender a todos que precisam; especialmente, os mais carentes. Garantir saúde nas agências bancárias é uma questão de saúde pública”, reforça o presidente da Fenae.
Fonte: Fenae