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20 de Julho de 2016 às 06:35

Centrais cobram queda de juros e planejam agenda unificada

Em ato por emprego e fim da prioridade aos rentistas, organizações anunciam plataforma unificada para dia 26


Crédito: ROBERTO PARIZOTTI/CUT
Centrais unificadas pediram fim da prioridade aos especuladores

Escrito por: Luiz Carvalho - CUT

Poucas vezes se viu tamanha crise de produção em regiões industriais como o ABC paulista e a quebra de tantas empresas em outros estados brasileiros. Em ato pela redução dos juros, nesta terça-feira (19), na Avenida Paulista, Sérgio Nobre, Secretário-Geral da CUT, apontou que o aumento da Taxa Selic é péssimo para o investimento na produção e ótimo para especuladores e rentistas.

Nobre avalia que o Brasil vive um momento em que o emprego e não a chantagem dos bancos deve ser prioridade. “Quanto maior forem os juros, mais se inibirá o investimento. Num momento em que precisamos gerar empregos, chega a ser perversa a transferência de recursos da produção para os bancos. E assistimos a símbolos da industrialização quebrando no Brasil”, lamenta o dirigente.

A manifestação organizada na capital paulista ocorre no primeiro dia da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que irá discutir ajustes da taxa básica de juros, a Selic.

Durante o ato, que contou com lideranças de todas as demais centrais sindicais do país, o dirigente lembrou que a classe trabalhadora organiza uma ampla plenária para o dia 26 de julho, próxima terça-feira, no bairro da Liberdade, na capital paulista, para pensar sobre paralisação nacional contra as atuais medidas recessivas e apresentar calendário de mobilização.

Na ocasião, as centrais sindicais lançarão um documento que abordará problemas e apresentará propostas para a temas como reforma da Previdência, crescimento econômico e alternativas a ações do empresariado que querem flexibilizar direitos da CLT.

Presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo ressaltou que essa política de juros altos só interessa aos especuladores. “A política de retrocesso é colocada no ombro dos trabalhadores por este governo golpista do interino Michel Temer, o mesmo que pretende liberar a terceirização na atividade-fim, promover reformas na Previdência e prevalecer o negociado sobre o legislado”, disse.

Direitos afetados

Apenas no ano passado, o gasto com juros ficou em torno de 8% do PIB, alertou a presidenta do Sindicato dos Bancários  de São Paulo, Osasco e Região e Diretora Executiva da CUT, Juvandia Moreira. “Esse é valor tirado da saúde, da educação, de investimentos para gerar emprego e de programas como o Bolsa Família para dar aos banqueiros. E sabemos como eles agem, já que em toda campanha salarial da categoria é um sufoco para conseguirmos um aumento decente”, afirma.

Secretária de Juventude da CUT São Paulo, Cibele Vieira, avalia que o aumento da taxa de juros em momento nenhum é saudável para a sociedade e para a classe trabalhadora. “É um sistema que ataca consumidores, investimento, estrangula a indústria e vai paralisando a economia, o que afeta também o acesso aos direitos como um todo”, garantiu.


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