por Helder Lima, da RBA
São Paulo – Os carteiros do estado de São Paulo aprovaram o fim da greve da categoria na manhã de hoje (28), no CMTC Clube, zona norte da capital. Com cerca de 4 mil carteiros, a assembleia liderada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares de São Paulo, Grande São Paulo e Zona Postal de Sorocaba (Sintect-SP) aceitou a proposta feita com mediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília, de reajuste linear de R$ 200, mas incorporado ao salário de formal gradual, e não em forma de gratificação.
Serão pagos R$ 150 ao mês em forma de gratificação (sem incidência sobre verbas previdenciárias, FGTS, férias e outros valores) de agosto a a dezembro. Em janeiro de 2016, R$ 100 serão incorporados aos salários (aí sim, com incidência sobre as demais verbas de natureza salarial). E a empresa mantém o pagamento de outros R$ 100 ainda a título de gratificação. Em agosto do ano que vem, metade dessa gratificação é incorporada; os R$ 50 restantes de gratificação serão incorporados em janeiro de 2017 – completando então um aumento de 11,93% sobre o atual salário base inicial dos agentes de Correios (R$ 1.676,34).
Outra conquista da categoria foi a manutenção do teto de dois salários para as despesas médicas do convênio de saúde. Os carteiros pagam 10% da despesa médica até o limite do teto, e a empresa queria acabar com esse benefício.
A empresa também assumiu o compromisso com os trabalhadores de iniciar o serviço de entrega matutina, pois atualmente os carteiros trabalham à tarde. Os Correios preveem realizar esse serviço no país todo até o fim de 2016.
A greve havia começado no último dia 15. De 36 sindicatos que representam a categoria no país, 17 não não apoiaram a paralisação. Por conta dessa divisão, a empresa entrou no dia 16 com pedido de julgamento coletivo no TST. Inicialmente, dos sindicatos que não apoiaram a greve, 16 aceitaram a proposta do tribunal.
No estado de São Paulo, na quinta-feira (24), a adesão à greve chegou a 90% dos trabalhadores do setor operacional, composto por carteiros e atendentes. Segundo o presidente do Sintect-SP, Elias Cesáreo, o Diviza, de sete sindicatos existentes no estado, cinco apoiaram a greve, que em sua avaliação levou o TST e a empresa a melhorarem a proposta.