Por outro lado, mesmo com ótimos resultados, em 12 meses a Caixa fechou 2.416 postos de trabalho. O corte acarreta em aumento da sobrecarga de trabalho a qual os empregados da instituição estão submetidos, já que no mesmo período a base de correntistas e poupadores aumentou 5,3 milhões, totalizando 82,4 milhões de clientes, um crescimento de 6,8%.
“Os resultados da Caixa mostram a competência dos seus empregados e a eficiência da instituição como um banco 100% público, que possui papel estratégico para o desenvolvimento do país e para a retomada do crescimento da economia. Por outro lado, é inadmissível que, mesmo com um lucro de saltar os olhos, a direção continue cortando postos de trabalho”, afirma o diretor executivo do Sindicato e empregado da Caixa, Dionísio Reis.
> Caixa tem de mostrar
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Contratações: luta continua! Caixa, a culpa é sua!
Outro dado apresentado no balanço torna ainda mais injustificável o corte de postos de trabalho: a receita com prestação de serviços e tarifas bancárias. Nos primeiros nove meses do ano, os ganhos com os valores cobrados dos clientes cresceram 12,3%. Somente com esta receita, o banco cobre 100% das despesas com pessoal.
“A Caixa precisa urgentemente contratar mais empregados. É o que temos cobrado incisivamente na campanha Mais Empregados Para a Caixa, Mais Caixa Para o Brasil. Isso não só resultaria na redução da sobrecarga de trabalho, como na melhoria do atendimento à população. Em outubro, pelo quarto mês consecutivo, o banco liderou o ranking de reclamações do Banco Central. A responsabilidade é toda da direção da instituição”, destaca o dirigente sindical.
> Sem contratar, Caixa segue
líder de reclamaçõesPLR – Uma boa notícia para os empregados da Caixa presente no balanço está relacionada com a Participação nos Lucros e Resultados (PLR). O valor repassado aos trabalhadores será máximo, uma vez que a projeção de lucro do banco público para o ano era de R$ 6,8 bilhões, mas, de acordo com Dionísio, deve ultrapassar a marca dos R$ 8 bilhões.
Outros dados – Os resultados da Caixa foram impulsionados principalmente pelos Títulos e Valores Mobiliários (títulos da dívida pública, em grande parte indexados pela Selic), que tiveram alta de 54,3% em 12 meses, atingindo R$ 32,154 bilhões. Outro destaque foram as operações de financiamento ao saneamento e à infraestrutura, que apresentaram, ao final de setembro de 2015, saldo de R$ 68,4 bilhões e crescimento de 33,3%, em 12 meses, e de 8,1% no trimestre.
As despesas com provisão para devedores duvidosos tiveram expressiva alta de 61,8%, chegando ao patamar de R$ 60,707 bilhões. O que não se justifica no índice de inadimplência acima de 90 dias, que teve alta de apenas 0,53 ponto percentual em 12 meses.
A carteira de crédito somou R$ 666,1 bilhões, alta de 15,5% em 12 meses e de 2,8% no trimestre. A Caixa foi responsável por 34% do crescimento do mercado de crédito nos últimos 12 meses, obtendo participação de 20,9%.
No crédito à pessoa jurídica, o destaque foi o financiamento ao comércio exterior, cujo o saldo chegou a R$ 17 bilhões, aumento de 28,7% em 12 meses. Já no crédito à pessoa física, o principal destaque foi o crédito consignado, que chegou a R$ 58,3 bilhões, evolução de 13,1% em 12 meses.
Fonte: SEEB/São Paulo - Felipe Rousselet