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4 de Maio de 2016 às 06:13

Caixa interrompe reestruturação. Entidades vão lutar para reverter o que foi realizado

Mobilização da categoria, que se manifestou em todo o país contra as medidas impostas pelo banco, foi essencial


Crédito: Arquivo

Brasília - “Não há cronograma ou definições para outras etapas do Caixa + Forte que alcancem centralizadoras e filias”. Foi o que garantiu a Caixa Econômica Federal nesta terça-feira (3), em e-mail enviado à coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), Fabiana Matheus. Na prática, isso significa que a reestruturação, iniciada no dia 10 de abril sem qualquer debate com os representantes dos trabalhadores, está interrompida. Luta agora é para reverter as medidas que foram implementadas neste período.

De acordo com a mensagem do banco, o que foi realizado até o momento priorizou a reestruturação da Matriz, já concluída, bem como das filiais de Retaguarda, de Pessoas, de Promoções Comerciais e de Marketing e Comunicação, agora em maio. A empresa informou ainda que 653 empregados foram movimentados, mas assegurou que operou, entre os dias 9 de março e 15 de abril, condições especiais para as realocações. No total, também segundo o e-mail, houve a redução de 532 postos de trabalho na Matriz.

“Essa interrupção é fruto da mobilização dos trabalhadores e das entidades representativas, que não ficaram de braços cruzados e se manifestaram em dias de lutas e outras ações nas unidades de todo o país. Mas a luta continua. Queremos a reversão do que foi feito e continuaremos alertas para evitar a retomada desse processo”, afirma Fabiana Matheus. Ela completa: “aqueles que foram prejudicados pelo que já foi feito devem continuar denunciando junto ao sindicato de sua cidade ou região”.

O presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, reforça que o fortalecimento da Caixa Econômica Federal só é possível com a manutenção do papel social da instituição e com a valorização dos empregados. “Vamos prosseguir na batalha diária para impedir qualquer retrocesso e retirada de direitos dos trabalhadores e daqueles que dependem das políticas públicas executadas pelo banco. Temos que resistir. Defender a Caixa é defender o Brasil”, diz.

Histórico

O modelo de reestruturação começou a ser elaborado no final de novembro de 2015. Em janeiro, questionada pela CEE/Caixa, a Gerência Nacional de Informações Corporativas e Negociações (GEING) disse não haver “informação oficial” sobre mudanças nas Gerências de Filia de Retaguarda de Agência (GIRET). Mas no dia 10 de março, em uma reunião curta e sem dar muitos detalhes, a presidente Miriam Belchior anunciou as medidas.

Após pedido do Sindicato dos Bancários de Brasília (DF), o Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região suspendeu, em caráter liminar, a reestruturação no DF. Já a primeira grande mobilização contra o processo ocorreu em 24 de março, com a participação de empregados e entidades em todo o Brasil. Outro Dia Nacional de Luta foi realizado em 12 de abril. Dois dias depois, na mesa de negociação permanente, os representantes dos trabalhadores criticaram a forma como tudo foi conduzido. Durante esse período, vários outros sindicatos entraram contra ações na Justiça contra as medidas.

 

Fonte: Fenae


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