Fabiana Matheus, coordenadora da CEE/Caixa, explica que um ambiente mais saudável para os cerca de 900 avaliadores em todo o país é reivindicação histórica da categoria. “Ninguém está defendendo um local insalubre. Se a melhoria realmente aconteceu, será motivo de comemoração. No entanto, não é isso que apontam os relatos que ouvimos de avaliadores que participaram do 32º Conecef, realizado há duas semanas”, afirma.
“Já contatamos a Fundacentro, que é vinculada ao Ministério do Trabalho e tem expertise na área de segurança, higiene e saúde no trabalho. Também estamos contratando uma perícia técnica e acionando nossa assessoria jurídica. Faremos uma avaliação muito criteriosa no sentido de verificar os riscos enfrentados por esses colegas”, diz Dionísio Reis, diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e membro da CEE/Caixa.
Entre as principais ameaças da função está a manipulação de produtos químicos tóxicos. Mais recentemente, atendendo reivindicação do movimento sindical, a Caixa instalou exautores nas bancadas, equipamentos muito questionados pelos próprios trabalhadores. “Outro problema que identificamos numa análise inicial é que os laudos não fazem referência ao espectrômetro, um serviço automatizado que identifica, por fluorescência de raios x, as ligas metálicas das joias”, acrescenta Plínio Pavão, assessor da Fenae e membro do GT Saúde do Trabalhador.
O adicional de insalubridade pago até então para os avaliadores de penhor corresponde a meio salário mínimo. “São R$ 440 atualmente, valor que não paga a saúde do trabalhador e nem fará diferença para a Caixa, que lucra bilhões todos os anos. Queremos ter os resultados da nossa perícia técnica até a próxima terça-feira, 12 de junho, data em que esse assunto estará na pauta da negociação extraordinária. Se preciso for, mobilizaremos a categoria”, avisa Fabiana Matheus.