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26 de Agosto de 2016 às 07:19

Brasileiros no mundo contra o golpe escrevem carta aos senadores

BRASILEIROS NO MUNDO CONTRA O GOLPE ESCREVEM CARTA AOS SENADORES


Em uma carta de protesto aos senadores, a rede de Brasileiros no Mundo Contra o Golpe no Brasil pede que os mais de 54 milhões de votos sejam respeitados durante o julgamento final do processo de impeachment da presidente eleita; no documento, os brasileiros afirmam que irão ocupar novamente as ruas dos países onde residem para "denunciar o golpe e pressionar, juntamente com diversas organizações locais, as autoridades internacionais para que continuem se posicionando contra a farsa desse processo de impeachment"

por Brasil 247

247 - As manifestações contrárias ao golpe parlamentar da presidente Dilma Rousseff só crescem. Em uma carta de protesto aos senadores, a rede de Brasileiros no Mundo Contra o Golpe no Brasil pede que os mais de 54 milhões de votos sejam respeitados durante o julgamento final do processo de impeachment da presidenta eleita.

Na carta, os brasileiros afirmam que irão ocupar novamente as ruas dos países onde residem para "denunciar o golpe e pressionar, juntamente com diversas organizações locais, as autoridades internacionais para que continuem se posicionando contra a farsa desse processo de impeachment".

Leia o manifesto na íntegra:

Srs. senadores e Sras. senadoras,


Nós, brasileiras e brasileiros de todas as regiões do País, residentes no exterior, em pleno exercício da nossa cidadania, exigimos que o voto da maioria da população seja respeitado no julgamento final do processo de impeachment contra a presidenta eleita Dilma Rousseff. O Senado, como uma das instituições responsáveis pela estabilidade democrática do País, tem o dever de fazer valer as regras da democracia, que tão arduamente foi conquistada pelo povo - o soberano nas decisões e rumos do nosso país.

Como cidadãs e cidadãos, somos conscientes do nosso dever de defender a democracia e denunciar ao mundo o golpe de estado em curso no Brasil, o qual se encontra atualmente em estado de exceção. Michel Temer, que tomou o executivo de forma ilegítima, vem desmantelando as conquistas sociais históricas da população e muitas outras alcançadas durante os últimos governos, colocando, assim, em prática o projeto que vem sendo sistematicamente derrotado nas urnas desde 2002. Não satisfeito com essas medidas, o presidente interino ainda mostra a sua total falta de ética ao modificar a estrutura federal conforme os seus interesses, atuando como se a presidenta eleita já tivesse sido destituída de seu cargo.


Ocupamos e ocuparemos novamente as ruas dos países onde residimos para denunciar o golpe e pressionar, juntamente com diversas organizações locais, as autoridades internacionais para que continuem se posicionando contra a farsa desse processo de impeachment.


No dia 27 de junho, a perícia técnica dos documentos do processo, feita pelo Senado, comprovou que a presidenta afastada não participou das pedaladas fiscais, principal acusação pela qual sofre o processo. No dia 14 de julho, o Ministério Público Federal confirmou que Dilma Rousseff não cometeu crime de responsabilidade no caso do decreto referente ao Banco Safra, e pediu o arquivamento do inquérito.


Dentro e fora do Brasil, entende-se que esse impeachment é um golpe parlamentar, judicial e midiático e, apesar das tentativas insistentes dos grandes meios de comunicação do país em legitimá-lo, a população brasileira sabe que, se o golpe for consumado, a instabilidade política, econômica e jurídica que estamos enfrentando se agravará ainda mais - uma vez que a integridade das nossas instituições democráticas estará em xeque. Isso mancha a imagem do Brasil frente à comunidade internacional, a qual está ciente de todo o processo abusivo que está sendo levado adiante.


Embora o discurso anticorrupção tenha tomado frente ante o afastamento da presidenta eleita, não paira sobre Dilma Rousseff nenhuma suspeita. Nenhuma prova de corrupção, desvio de dinheiro público, contas no exterior ou recebimento de propina foi encontrada no histórico dela. Entretanto, provas e evidências de corrupção contra os parlamentares que a estão julgando são reveladas e confirmadas quase cotidianamente. O próprio presidente interino é citado por Marcelo Odebrecht em delações da operação Lava-Jato. Temer foi indicado como receptor de 10 milhões de reais em espécie. Ministros e membros nomeados temporariamente também são acusados de corrupção, como José Serra, Henrique Eduardo Alves, Eliseu Padilha e Romero Jucá, que caiu após 10 dias no cargo.


Sabemos que esse processo de impeachment somente foi aceito por Eduardo Cunha em um claro ataque à presidenta e ao Partido dos Trabalhadores, que não o apoiaram no Conselho de Ética. E que, além disso, o pedido de impeachment é movido por uma rede de interesses escusos e por inúmeros políticos, de diversos partidos e esferas governamentais, que são acusados e investigados por corrupção.


Não podemos permitir que os rumos da nossa jovem democracia sejam decididos por vinganças pessoais e revanchismos pragmáticos. A democracia precisa estar além das jogadas e acordos sujos, pois a sua ruptura vai deixar uma marca profunda na sociedade brasileira.


Pelo respeito aos mais de 54 milhões de votos, reforçamos o nosso pedido de que a senhora ou o senhor vote "não" ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff, pois ela não cometeu crime de responsabilidade, ou seja, estamos diante de um declarado golpe de estado. Acreditamos no bom senso, na responsabilidade cidadã e no respeito à Constituição de cada uma das senhoras e dos senhores.


Não iremos nos calar nem nos submeter a um governo ilegítimo, com um projeto de governo que não foi eleito, e que não demonstra qualquer consideração pela população, em especial pela classe trabalhadora e setores mais oprimidos da sociedade.


Nós, cidadãs e cidadãos da sociedade civil e organizada, não desistiremos. Seguiremos unidxs em luta até o restabelecimento total do estado democrático de direito.


Atenciosamente,


Coletivo Passarinho (Buenos Aires)

Pela democracia e contra o golpe! Brasileiros na Suécia

Brasileiros em Gotemburgo em Defesa da Democracia

Na Bélgica pela democracia e contra o golpe

Frente Berlim contra o golpe

Amsterdam pela Democracia no Brasil

Coletivo Brasil Montreal

Comitê Defend Democracy in Brazil (Nova York)

Esquerda Brasileira em Coimbra – EBRAC

Utrecht em defesa da democracia no Brasil

Coletivo Desbordar (São Francisco)

Boston Contra o Golpe

Bologna per la Democrazia - Contro il colpo di stato nel Brasile

Coletivo pelos Direitos no Brasil/Madrid - (resistencia contra o golpe)

Amig@s da Democracia :: Barcelona

Asociación Cultural Brasileña Maloka (Madri)

MEXICO - BRASIL CONTRA EL GOLPE

Collectif Brésil34 / Brésiliens à Montpellier contre le coup d'État

MD18 (Paris)

Brazilian Expats for Democracy (Washington)

Brasileiros na Dinamarca Pela Democracia, Não ao Golpe!

Brasileir@s en Uruguay por la Democracia

Brasileirxs em Frankfurt contra o retrocesso

Resistência Bávara Contra o Golpe (Munique)

Australia for Democracy in Brazil

Pela democracia e contra o golpe! Brasileiros e amigos do Brasil na Noruega

Coletivo Curumim (Bolonha)

Coletivo Toronto

Leipzig contra o golpe

Brasileiros contra o golpe em LA (Los Angeles)

Colectivo Brasil-Chile

Manifesto Brasil Social (Zurique)

Grupo de Braga - Unidos em prol da Democracia

Brasileiros no Porto pela Democracia

Manifestação contra o GOLPE em CHICAGO

Movimento #31/3 Brasileiros e Latinoamericanos Contra o Golpe (Viena)

Coletivo Andorinha (Lisboa)

Democracy for BRASIL UK (Londres)

Dublin pela Esquerda

CONTRAGOLPE - Em defesa da Democracia (Milão)


Coletivo #ForaTemer Lyon


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