CUT Nacional
O Brasil registrou o segundo dia mais crítico da pandemia do novo coronavírus nesta terça-feira (23). Ao todo, foram confirmados 39.436 novos casos e 1.374 mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas, entre segunda e terça. Isso mostra que a pandemia continua na sua fase mais alta no país, apesar de muitos governadores e prefeitos terem decidido flexibilizar o isolamento social, autorizando a reabertura de comércio de rua e shoppings.
Ao todo, o país tem 1.145.906 casos confirmados e 52.645 óbitos em decorrência da Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus. A taxa de letalidade da doença gira em torno de 4,6%, de acordo com o balanço do Ministério da Saúde, divulgado nesta terça-feira.
A alta de casos está sendo puxada pelas regiões Sul e Centro-Oeste, onde os números de casos e mortes estavam baixo até no começo do mês.
Na Região Centro-Oeste, nas últimas duas semanas, o número de mortes mais do que dobrou em Mato Grosso. Nesta terça-feira (23), 423 pessoas morreram de Covid-19 no estado e foram confirmados até agora 11.017 casos da doença, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT).
Os estados da região têm 130,3% mais óbitos do que o contabilizado em 9 de junho. No total, são 1.308 vítimas, 568 no início do mês. O percentual de crescimento nesse período no é três vezes maior do que no restante do país, onde as mortes aumentaram 37% desde então.
Na Região Sul, o prefeito Nelson Marchezan (PSDB), de Porto Alegre, assinou um decreto que vai suspender a flexibilização de vários setores da capital gaúcha ainda nesta semana por conta aumento de casos de coronavírus.
Fica determinado que comércios, shoppings e indústrias são obrigados a interromper novamente as atividades. Já restaurantes, bares e padarias só poderão funcionar via sistema de delivery ou drive-thru. A construção civil também será afetada.
O estado, Rio Grande do Sul, registrou 1.190 novos casos da doença nesta terça. Com isso, já chega a 477 óbitos e 20.864 pessoas infectadas pelo coronavírus desde o início da pandemia.
Ainda na Região Sul, a situação de Belo Horizonte preocupa, pois o coronavírus continua avançando na cidade que até poucos dias estava com parte do comércio funcionando. A situação de Minas Gerais, segundo o prefeito da capital, Alexandre Kalil (PSD), se tornou “gravíssima, despreparada e apavorante”. O estado tem 771 óbitos e 31.343 casos confirmados. Foram 1.446 novos casos diagnosticados nesta terça-feira.
Kalil afirmou ainda que, dependendo dos números divulgados nesta semana, pode decidir por um lockdown da capital mineira.
Na Região Sudeste, mesmo com a alta de casos e mortes, a capital paulista deve ampliar a flexibilização da quarentena imposta pela pandemia do novo coronavírus e avançar para a fase amarela do Plano São Paulo, lançado pelo governador João Doria (PSDB).
A medida foi anunciada pelo secretário municipal da Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, em entrevista ao Bom Dia SP, da TV Globo, nesta quarta-feira (24).
Segundo o secretário, "os números mais estáveis tanto na taxa de ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva e também de óbitos" pela covid-19, podem permitir que a capital paulista avance de fase. Atualmente, São Paulo se encontra na fase laranja, que permite a reabertura com restrições de shoppings, galerias, comércios, escritórios e concessionárias
Nesta terça, o estado de São Paulo teve recorde com 434 mortes confirmadas nas últimas 24 horas. É o maior número de mortes registradas no estado desde o início da pandemia. O recorde anterior era de 389 vítimas, registrado no dia 17 de junho. No total, o estado tem no total 13.068 óbitos e 229.475 casos confirmados da doença.
Na Região Norte, Manaus encerrou nesta quarta as atividades do hospital de campanha construído na capital amazonense para atender os pacientes com Covid-19. Ao todo, em 71 dias de funcionamento, a instalação recebeu 751 pacientes, sendo que 611 se recuperaram. A porcentagem de óbitos entre os internados foi de 19%
Manaus foi uma das capitais que mais sofreram com a sobrecarga no sistema de saúde no início da pandemia. No Amazonas, 65.073 casos da doença já foram confirmados, com 2.686 mortes.