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SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO - O Brasil atingiu nesta quarta-feira novo recorde de mortes registradas em 24 horas por Covid-19, com mais 1.595 óbitos, elevando o total de vítimas fatais da doença no país a 90.134, e também registrou um novo recorde de casos confirmados, com mais 69.074 notificações, totalizando 2.552.265, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
Os números nacionais desta quarta-feira foram impactados por uma atualização de dados da véspera do Estado de São Paulo que não foram contabilizados na terça-feira devido a um problema técnico. Somente em SP foram incluídos no sistema nesta quarta 26.453 novos casos e mais 713 óbitos.
O recorde anterior de mortes registradas em 24 horas por Covid-19 no Brasil era do dia 4 de junho, com 1.473 óbitos, enquanto o maior número de casos registrados em um dia havia ocorrido em 22 de julho, com 67.860.
Na semana passada, o Brasil registrou seu maior número de casos semanais desde o início da pandemia, com 319.653 infecções, indicando que enfrenta seu pior momento desde que foi atingido pela crise do coronavírus.
Apesar da disparada na contagem de casos, o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros, reafirmou nesta quarta-feira que a curva de óbitos tem se mantido “relativamente constante”, embora elevada, com um “aumento discreto” de 5% na última semana. Há seis semanas seguidas o país tem média de mais de 1.000 mortes registradas por dia.
O secretário também voltou a registrar preocupação maior com as regiões Sul e Centro-Oeste. O ministério tem afirmado que a chegada do inverno tem contribuído para a disparada recente no número de casos principalmente nesses locais.
“A gente apresenta os dados do país como um todo, mas é como se tivéssemos pandemias, a doença Covid-19, em diversas regiões do país se comportando de forma diferente, o que tem muito a ver com o tamanho do nosso país e com a variação sazonal pela qual estamos vivendo”, afirmou Medeiros em entrevista coletiva.
Na véspera, porém, a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse ver a pandemia como uma “grande onda”, e que o coronavírus não compartilha a tendência do vírus da gripe de acompanhar as estações.
Segundo dados do ministério, 98,2% dos municípios do Brasil notificaram casos de Covid-19 até o momento, sendo que 52,4% já registraram mortes em decorrência da doença.
Depois de não informar os números da pandemia na terça-feira alegando problemas enfrentados por causa de uma mudança nos sistemas do Ministério da Saúde, o governo do Estado de São Paulo disse ter registrado, na véspera, um incremento de 12.647 novos casos e alta de 383 óbitos.
Já nesta quarta, o Estado registrou acréscimo de 13.896 casos e 330 mortes. Mais uma vez o Estado registrou um incremento superior a 10 mil novos casos por dia, mas as autoridades de saúde voltaram a dizer que o aumento se deve à elevação da taxa de testagem.
“São Paulo está aumentando o número de casos, mas não está aumentando —pelo contrário, está reduzindo, o número de internações hospitalares, exatamente pela possibilidade da identificação e do isolamento das pessoas que são portadoras do vírus”, disse o coordenador executivo do Centro de Contingência do Coronavírus do governador estadual, João Gabbardo.
O Estado é o mais afetado pela doença no Brasil, com 514.197 casos e 22.389 óbitos.
Na sequência, aparecem Ceará e Rio de Janeiro, que dividem o segundo lugar —embora o Estado nordestino tenha maior número de casos (169.072, ante 161.647 no Rio), o Estado do Sudeste registrou mais mortes (13.198, ante 7.643 no Ceará).
Bahia, Pará, Minas Gerais, Maranhão e Distrito Federal são os demais locais que ultrapassaram a marca de 100 mil infecções. O Amazonas se aproxima do grupo, terminando esta quarta-feira com pouco mais de 99 mil casos confirmados.
O Brasil possui 1.787.419 pacientes recuperados da Covid-19, além de 675.712 em acompanhamento, segundo o Ministério da Saúde.
Reportagem adicional de Eduardo Simões, em São Paulo