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22 de Novembro de 2016 às 14:33

BB: senador pede audiência pública sobre reestruturação

Requerimento na Comissão de Assuntos Econômicos que Paulo Caffarelli seja chamado para explicar plano. Parlamentares citam missão social do banco e acusam iniciativa de “fragilizar Estado brasileiro”


Crédito: ARQUIVO/ABR
Pimentel: mudanças radicais exigem discussão detalhada do parlamento com o presidente da instituição

por Hylda Cavalcanti, da RBA

Brasília –  O senador José Pimentel (PT-CE), líder do governo no Congresso no governo Dilma Rousseff, apresentou hoje (22) à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Casa requerimento pedindo realização de audiência pública para debater o plano de reestruturação do Banco do Brasil, que prevê fechar 402 agências, transformar outras 379 em postos de atendimento e implementar plano de demissão voluntária com o objetivo de atingir adesão de aproximadamente 18 mil trabalhadores.

O senador solicita a presença do presidente do BB, Paulo Caffarelli, na audiência que contará com técnicos do setor financeiro e economistas. Ele explicou, em sua justificativa, que se tratar de mudanças radicais é importante que o Parlamento discuta detalhadamente o tema com o presidente da instituição. Pimentel acusou o banco de “relembrar ações entreguistas da época do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso", que promoveu a redução de agências na década de 1990.

“A missão do Banco do Brasil não é apenas financeira, mas uma missão social, motivo pelo qual as agências localizadas nos municípios mais distantes deixarão de ser capazes de resolver problemas diversos da população”, disse a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). No plenário, ela fez um apelo ao governo Temer e à presidência do banco: “Não fechem as agências, pensem na população”.

Para Lídice da Mata (PSB-BA), as medidas “têm o objetivo claro de aumentar os lucros”, quando o papel do BB, a seu ver, é bem maior. “O governo que aí está não pode tratar o Banco do Brasil como se fosse um banco privado, pensando apenas em aumentar os lucros. O Banco do Brasil tem um papel a cumprir e não pode agir como um banco privado”, afirmou. Ela destacou que a reestruturação avança por outro projeto, que tem como pano de fundo a aproximação cada vez maior do capital estrangeiro, distanciando-se da compreensão de que o Banco do Brasil consiste em patrimônio nacional.

Para o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), as medidas são “parte do plano do governo Temer de fragilizar o Estado e privilegiar mercado financeiro”. “É mais uma forma de liquidar o patrimônio nacional”, criticou.

"Extrema preocupação"

O Sindicato dos Bancários de Brasília fará reunião na próxima terça-feira (29) para debater a reestruturação e detalhes dos programas previstos, como o Plano Extraordinário de Aposentadoria Incentivada (Peai). A entidade vai analisar as medidas sob a ótica dos trabalhadores. Em  nota, que circulou esta manhã no Congresso Nacional, o sindicato diz ver com “extrema preocupação a reestruturação do Banco do Brasil e condena veementemente as medidas anunciadas pela diretoria da entidade”.

Os dirigentes ressaltam que a população será a principal prejudicada com o processo de reestruturação, pois sofrerá os impactos diretos da diminuição dos postos de trabalho e da extinção de agências – “tão essenciais para o atendimento de qualidade ao público, que já sofre com as filas longas e com o tempo de espera”.

“Trata-se de mais um triste capítulo do descaso do governo ilegítimo de Michel Temer para com as empresas públicas e uma instituição do porte do BB, que terá reduzido o seu papel de fomentador da economia com o objetivo principal de preparar o terreno para a sua privatização”, afirma a nota da entidade. “Perde o mercado interno, perde a sociedade, perde o Brasil. O Sindicato dos Bancários de Brasília reforça o seu compromisso de lutar pela manutenção dos bancos públicos e que não vai medir esforços para defender os direitos dos trabalhadores do BB e os interesses da população.”


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