Na ocasião, os promotores se colocaram sensíveis às questões que foram colocadas. “Em vários momentos, o banco ficou contra a parede, sem conseguir se explicar”, disse Carlos de Souza e acrescentou: “Entre as questões do funcionalismo, nós fizemos um debate sobre a isonomia de direitos. Como os dirigentes executivos do banco, que passa pela reestruturação, têm doze meses de salários garantidos através do VCP e os outros comissionados apenas quatro meses, e pior ainda, o porquê dos caixas que não têm direitos nem a esses quatro meses. Essa crítica foi muito bem aceita pelos representantes do Ministério Público do Trabalho, que deixaram claramente ao banco que estas questões precisam de respostas.
O Ministério Público do Trabalho, atento às colocações da Contraf-CUT, e depois de ter ouvido as ponderações dos representantes do Banco e, já indicando uma insatisfação quanto à falta de transparência e critérios objetivos para a recolocação dos funcionários afetados pelo plano de reestruturação do Banco do Brasil, designou nova audiência para o dia 7 de fevereiro de 2017 e requereu que os representantes do banco levassem à direção da empresa as seguintes propostas:
a) Extensão da VCP para os caixas;
b) Pagamento da VCP para todos os afetados pelo prazo de doze meses;
c) A criação de uma comissão com Sindicatos para que seja acompanhado o processo de recolocação dos excedentes;
d) Incorporação da comissão para aqueles com dez anos ou mais de exercício da função comissionada.
São, basicamente, demandas já submetidas ao Banco do Brasil, através da Comissão de Empresas. O Ministério Público do Trabalho, através da fala de seus representantes, foi categórico ao afirmar a necessidade de transparência quanto ao processo adotado e a urgência na resolução de conflitos criados por um modelo, que não foi amplamente debatido.
A Contraf-CUT deixou claro para o banco que é contra a subjetividade dos processos. “Nós vamos lutar para garantir o direito de todos os bancários do Banco do Brasil. Que eles tenham garantidos os seus salários e seu local de trabalho. Para que nenhum trabalhador do banco perca o seu poder de compra e qualidade de vida. Acima de tudo demos um passo significativo em defesa do Banco do Brasil, que é envolver todos os sujeitos políticos e sociais da sociedade brasileira, tanto as audiências públicas com deputados federais e estaduais, senadores e vereadores, como instituições importantes como o Ministério Público do Trabalho. A estratégia de massificar a resistência na defesa do banco público”, destacou Carlos.