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5 de Agosto de 2016 às 07:40

Bancos fecham 6.785 postos de trabalho no primeiro semestre do ano

São Paulo e Rio de Janeiro foram os estados onde mais ocorreram cortes. Do total de desligamentos, 62% foram por demissão sem justa causa


Crédito: Reprodução

O desemprego no setor bancário atinge números alarmantes. De janeiro a junho de 2016, os bancos brasileiros fecharam 6.785 postos de trabalho no país. Os dados fazem parte da Pesquisa do Emprego Bancário (PEB), divulgada nesta quinta-feira (4), pela Contraf-CUT, em parceria com o Dieese, com base nos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho.

Somente cinco estados registraram saldo positivo no emprego bancário. São Paulo foi o estado onde ocorreram mais cortes (menos 3.715 postos), seguido pelo Rio de Janeiro (com corte de 1.086 postos). O Pará registrou crescimento no emprego bancário, com a criação de 77 postos de trabalho.

A análise por Setor de Atividade Econômica revela que os Bancos Múltiplos com Carteira Comercial, categoria que engloba grandes instituições como Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander fecharam 5.304 postos de trabalho. Somente a Caixa Econômica Federal foi responsável pelo corte de 1.469 postos de trabalho, em decorrência de um plano de incentivo à aposentadoria.

“Nossas pesquisas estão apontando uma tendência de redução do número de empregados de bancos não importando se os bancos cresçam e aumentem sua clientela. Isto é muito ruim para a sociedade de modo geral, visto que muitas mulheres e homens precisam trabalhar em alguma atividade para ter renda para as famílias. É evidente que existe uma transformação no mundo do trabalho bancário e os bancos se adaptando a um perfil mais digital da clientela. Mas, eles estão apressando este processo de transformação e empurrando o cliente para fora das agências físicas para baratear os seus custos. A sociedade vai pagar este preço”, analisou Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT.

 

Motivos dos Desligamentos

Do total dos desligamentos ocorridos nos bancos, 62% foram por demissão sem justa causa, perfazendo 10.916 demissões. Os desligamentos a pedido do trabalhador representaram 28% do total e totalizaram 4.928.

 

Desigualdade entre homens e mulheres

As 5.371 mulheres admitidas nos bancos no primeiro semestre de 2016 recebem, em média, R$ 3.101,62. Esse valor correspondeu a 73,2% da remuneração média auferida pelos 5.484 homens contratados no mesmo período, que foi de R$ 4.235,69.

No momento do desligamento também se observou diferença na remuneração entre homens e mulheres. As mulheres que tiveram o vínculo de emprego rompido nos bancos no primeiro semestre do ano receberam R$ 5.507,00, que representou 72,8% da remuneração média dos homens desligados dos bancos no período.

 

Faixa Etária

Os bancários admitidos concentraram-se na faixa etária de 18 a 24 anos, o que fez com que o saldo de emprego nessa faixa fosse positivo em 2.384 postos. Já os desligamentos se concentraram nas faixas etárias superiores a 25 anos de idade e, especialmente, na de 30 a 39 anos, que registrou um corte de 2.628 postos de trabalho. Esses jovens trabalhadores contratados pelos bancos no período receberam remunerações médias bem inferiores às dos desligados.

Confira aqui os gráficos e tabelas da pesquisa.

 

Fonte: Contraf-CUT com informações do Dieese


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