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19 de Outubro de 2015 às 08:23

Bancários se unem a trabalhadores do campo em ato na Paulsita

Trabalhadores fecham Avenida Paulista contra 'superexploração


Crédito: SEE/SP

São Paulo - Com um grande ato na Avenida Paulista, que abriga as sedes da Fiesp e da Petrobras, bancários, petroleiros, pequenos agricultores e trabalhadores da indústria da alimentação uniram-se na defesa da Petrobras como patrimônio brasileiro e na luta contra a exploração dos trabalhadores.

Após concentração no vão livre do Masp, no início da tarde de sexta-feira (16), cerca de 5 mil manifestantes saíram em caminhada até a sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), onde pararam para mandar recado às maiores empresas de carne do mundo, as brasileiras JBS, Friboi e BRF (fusão da Sadia e da Perdigão), que apesar dos lucros bilionários oferecem baixos salários aos funcionários (em média o salário mínimo) e condições degradantes de trabalho. A marcha continuou até a sede da Petrobras, onde outro aviso foi dado: "Defender a Petrobras é defender o Brasil", gritaram em coro os participantes, contra o projeto de privatização da estatal. Em seguida, voltaram ao Masp, onde o ato foi encerrado por volta das 17h.

Os bancários, em greve desde o dia 6 contra a proposta rebaixada da Fenaban (federação dos bancos), também mandaram seu recado. "O mote da nossa campanha este ano é 'exploração não tem perdão'. Não vamos aceitar 5,5% de reajuste de um setor que lucrou 36,5% a mais só no primeiro semestre [comparação com o mesmo período de 2014]", deixou claro a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, em discurso durante a passeata. "O sistema financeiro no Brasil não só explora os bancários, mas também a população com os juros exorbitantes que cobra. A taxa do cheque especial é mais de 200% ao ano, a do cartão de crédito está mais de 400% ao ano. O trabalhador compra uma televisão parcelada e no final paga por três aparelhos", disse do alto do carro som para os manifestantes e a população.

Juvandia deixou claro que a luta dos bancários é também por um setor bancário que cumpra sua função social de financiar o crescimento do país, o oposto do que fazem hoje. "Eles sufocam a população com altos juros e tarifas, quando deveriam facilitar o crédito. Temos de cobrar que os bancos ajudem a economia a crescer, que tirem o país da crise. Nossa greve está forte e vai continuar forte enquanto os bancos não valorizarem os trabalhadores."

Setor da alimentação - O agronegócio e o uso do agrotóxico na agricultura também foram criticados pelos trabalhadores do campo, representados pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Eles defendem a agricultura familiar como alternativa saudável para a mesa dos brasileiros. "Queremos que alimentos sem veneno cheguem às mesas dos brasileiros", disse Romário Rosseto, do MPA.

"Ao mesmo tempo em que pegam financiamento do BNDES, a JBS e a Friboi fecham frigoríficos e geram desemprego no país. Pagam salário mínimo aos trabalhadores e não respeitam os sindicatos", denunciou o presidente da Contac (Confederação Brasileira dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação), Siderley de Oliveira.

A coordenadora do Sindpetro Unificado São Paulo, Cibele Vieira, criticou a mídia que esconde os interesses por trás dos ataques à Petrobras, e apontou como principal representante desses interesses o PL 131 do senador José Serra (PSDB-SP). "Eles querem vender nosso petróleo, mas estamos fortes na defesa da estatal."


Fonte: Seeb SP


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