Atendendo ao chamado do Comando Nacional, sindicatos dos bancários de todo o País realizam assembleias, nesta quinta-feira (1º), para deliberar sobre a proposta apresentada pelos bancos, na última rodada de negociação, no dia 25 de setembro.
A Fenaban ofereceu 5,5% de reajuste para salários e vales. O índice está muito abaixo da inflação, que ficou em 9,88% (INPC) em agosto deste ano, e significa perda real de 4% para os salários e demais verbas da categoria. A proposta inclui abono de R$ 2.500,00, não incorporado ao salário. Diante do retrocesso proposto pelos bancos e do desrespeito apresentado pelos banqueiros nas mesas de negociações, o Comando Nacional dos Bancários indica rejeição da proposta e aprovação de greve a partir do dia 6 outubro.
"Nosso Dia Nacional de Luta, realizado pelos bancários, nesta semana, já demonstrou a unidade e mobilização da categoria em não aceitar a pior proposta já apresentada pela Fenaban nos últimos anos", afirma Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT e um dos coordenadores do Comando Nacional dos Bancários.
"É uma proposta rebaixada, que vem justamente do setor que lucrou R$ 36,3 bilhões somente no primeiro semestre deste ano, com um crescimento de 27,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Setores que estão em crise, com retração de produção e vendas, fizeram propostas melhores. Então, só podemos dizer, que é uma irresponsabilidade dos bancos e que nossa resposta indignada vai ser dura", apontou o presidente da Contraf-CUT.
O Comando Nacional dos Bancários ressalta que desde a entrega da minuta, em 11 de agosto, aguarda que a Fenaban faça uma proposta que contemple o reajuste do salário dos bancários pela inflação do período acrescido de um ganho real que valorize os trabalhadores, além de outras reivindicações. Os representantes dos bancários enviaram carta à Federação dos Bancos, nesta quarta-feira (30), reforçando que estão abertos a ouvir propostas neste sentido.
"Sempre estivemos e estamos abertos ao diálogo, para uma negociação que respeite os bancários e melhore as nossas condições de trabalho. Ao agir com irresponsabilidade e falta da coerência, a Fenaban está empurrando os bancários para a greve ", concluiu Roberto von der Osten.
Principais reivindicações da categoria
Reajuste salarial de 16%. (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real).
PLR: 3 salários mais R$7.246,82.
Piso: R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
Fonte: Contraf-CUT