Por Vanessa Ramos/CUT-SP
São Paulo - As frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo reuniram 20 mil pessoas neste domingo (18) em protesto contra o ilegítimo governo de Michel Temer. Também pelas Diretas Já e por Nenhum Direito a Menos, a atividade na Avenida Paulista contou com apresentações culturais e a participação de políticos e representantes dos movimentos sindical e sociais.
Mais uma vez, a Polícia Militar de São Paulo deu exemplo de violência descabida durante a manifestação pacífica. Mostrando despreparo, agrediu uma vendedora ambulante. As pessoas presentes mostraram indignação e, ao defenderem a mulher, tiveram como resposta violência e jatos de spray de pimenta no rosto. Em foto divulgada nas redes sociais, um sargento da PM tentou arrancar à força o celular de uma repórter dos Jornalistas Livres.
Ex-senador e candidato a vereador em São Paulo, Eduardo Suplicy disse que irá cobrar respostas do governo de Geraldo Alckmin (PSDB) sobre a violência da PM. Contudo, mesmo com a ação truculenta dos policiais, as pessoas permaneceram na atividade, curtiram as atrações artísticas ao lado de suas famílias e, unidas, gritaram “Fora Temer” até o final
Resistir e avançar
Este é o terceiro ato que ocorre aos domingos na capital, desde o golpe aplicado por meio do impeachment contra Dilma Rousseff, presidenta eleita por mais de 54 milhões de brasileiros, segundo lembra o secretário de Mobilização da CUT São Paulo, João Batista Gomes.
“Fizemos mobilizações não apenas em São Paulo, mas em todo o Brasil. Definimos nacionalmente que somos pelas Diretas Já, mas também não acreditamos neste Congresso e nem nos representantes do STF (Supremo Tribunal Federal), o que nos faz defender uma constituinte pela reforma do sistema político”, afirma o dirigente cutista.
Raimundo Bonfim, coordenador da CMP em São Paulo, lembrou que os movimentos sociais não reconhecem o governo de Temer porque além de derivar de um golpe com aparência de legalidade, ele representa o retrocesso de direitos trabalhistas e sociais.
“Querem desmontar a Previdência, alterar a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) e dar fim aos programas sociais. Querem entregar o pré-sal e subordinar o Brasil aos interesses das multinacionais, do imperialismo. Permaneceremos nas ruas em defesa de nossa soberania, denunciando o golpe até o fim.”
Durante o ato, os movimentos que compõem a Frente Brasil Popular, como a CUT e a da Central de Movimentos Populares (CMP), convocaram a população para o próximo 22 de setembro, Dia Nacional de Paralisação e Mobilização Rumo à Greve Geral. Atualmente, várias categorias realizam ações e greves pelo país, como servidores, bancários, metalúrgicos e petroleiros.
Além das paralisações, haverá ato na próxima quinta-feira (22) em São Paulo, a partir das 16h, com concentração no Masp, na Av. Paulista, 1578.