São Paulo – Os funcionários do Itaú foram atraídos para trabalhar nas agências digitais com promessas de crescimento profissional, remuneração variável baseada em metas atingíveis e um ambiente saudável e tranquilo. Uma pena que era tudo ilusão, pois a realidade se mostrou bem diferente do prometido, com os trabalhadores encontrando locais insalubres, metas abusivas, assédio moral, rankings e remuneração variável indefinida.
Entre os que foram enganados pelo banco estão os Gerentes Operacionais (GOs), que tiveram o cargo extinto e estão sendo obrigados a passar por um processo de seleção para continuar nas unidades digitais. Caso não consigam, terão de voltar para as tradicionais.
“Queremos mais respeito aos funcionários do Itaú, pois não é admissível iludir o bancário com propostas de crescimento e desenvolvimento e depois jogar fora, como está acontecendo. O trabalhador muda toda a sua vida para se adaptar ao novo local, abre mão da construção profissional que tanto se dedicou achando que está optando pelo melhor e se depara com a sua destruição pessoal e profissional”, criticou a dirigente sindical e funcionária do banco Valeska Pincovai.
Após denúncias, os dirigentes procuraram o banco, que informou que todos os gerentes que tiveram os cargos extintos terão chance de realocação. O Sindicato ressaltou que acompanhará de perto todo o processo e, se caso algum bancário se sentir prejudicado, ele deve procurar a entidade.
Segundo o Itaú, são 45 GOs na estrutura das agências digitais, sendo que 15 teriam sido promovidos a coordenadores, nove transferidos para a área de segurança e 21 estariam em fase realocação.
Valeska disse ainda que os bancários estão tendo de retroceder em suas carreiras e que o Itaú não tem consideração pelo trabalhador, em um "projeto desumano que só visa o lucro". “Ele é digital a qualquer custo, como um rolo compressor, sem avaliar a satisfação de clientes e funcionários”, finalizou.
William De Lucca - SEEB/São Paulo