Por Lara Rizério - InfoMoney com Bloomberg
SÃO PAULO - Se depender do governo interino de Michel Temer, as privatizações ocorrerão a todo vapor. De acordo com a coluna Radar Online, da Veja, Temer reuniu alguns dos principais para dar um recado claro: "a ordem é privatizar geral". Segundo a colunista Vera Magalhães, a ordem foi a seguinte: “senhores, tudo que puder ser transferido à iniciativa privada, façam. Não temos preconceitos!”.
Os ministros, durante a reunião, já passaram a apontar o que, nas suas pastas, podem ser objeto de concessão ou parceria público-privada, passando de energia a saneamento até rodovias e aeroportos. Desta forma, Temer quis delimitar uma diferença importante entre a sua gestão e os 13 anos de governos do PT e busca reforçar o apoio do empresariado.
Vale ressaltar que, na tarde de ontem, escalados para falar após o recém-criado Núcleo de Infraestrutura do governo federal, o ministro das Cidades, Bruno Araújo, e o líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), disseram que o setor poderá ser beneficiado com a venda das chamadas sociedades de propósito específico (SPE) da Eletrobras. Segundo o ministro e o deputado, há um potencial de cerca de R$ 20 bilhões apenas com as SPEs da Eletrobras. Segundo Araújo, na reunião de ontem, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, informou que a Eletrobras tem 174 SPEs.
A privatização também atinge os estados, que devem vender ativos em contrapartida à renegociação das dívidas. Segundo o jornal O Globo, a possibilidade de privatizar empresas estatais com a ajuda do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) atrai, pelo menos, cinco estados: Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Pará e São Paulo. Estes estados já começaram a analisar ativos que poderiam entrar nesse programa, que faz parte do projeto de renegociação das dívidas estaduais com a União.
A lista dos candidatos a passar para as mãos do setor privado inclui empresas de saneamento, como a Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro), energia elétrica, gás e até bancos. A ideia é que os recursos arrecadados com a privatização possam ser usados para abater débitos com a União ou para a realização de programas de ajuste Ȱscal. No Rio Grande do Sul, a CEEE (Companhia Estadual de Energia Elétrica) e a Sulgás estão na mira. O Banrisul (BRSR6) também chegou a entrar nos planos de privatização no início do ano, mas agora essas chances diminuíram.
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