São Paulo – Que tal esta proposta? Em vez de aumento para salários, vales e PLR, perda de 4%. No lugar de ganho real, um abono de R$ 2,5 mil que nem é este valor mesmo já que sobre ele incide imposto de renda e INSS. E é pago uma vez só, ou seja, não tem efeito no FGTS, na aposentadoria e no 13º salário.
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Isso foi o que a federação dos bancos apresentou, na sexta 25, ao Comando Nacional dos Bancários para resolver a Campanha Nacional Unificada 2015.
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Soou como provocação e os bancários, em peso, estão dizendo “não”. Enquete colocada no ar no site do Sindicato dos bancários de São Paulo na tarde da sexta-feira, com mais de 8,63 mil respostas até o final da manhã de quarta 30, indica: 62,00% consideram a proposta desrespeitosa; para 26,22% é péssima; outros 8,50% acham ruim; e somente 3,15% consideraram aceitável.
“Os 3% devem ser banqueiros respondendo”, ironiza a secretária-geral do Sindicato, Ivone Maria da Silva. “Nós estamos nos locais de trabalho, ao lado dos bancários, e sabemos: o retorno foi péssimo. A proposta deve ser totalmente rechaçada na assembleia do dia 1º”, afirma a dirigente, convocando todos os trabalhadores a participar. Será na Quadra (Rua Tabatinguera, 192, Sé), a partir das 19h. “Esta é a orientação do Comando dos Bancários. Se não tiver mudança, dia 6 deve começar a greve nacional da categoria.”
Dia de luta – Terça-feira 29 foi Dia Nacional de Luta. Em todo o Brasil paralisações serviram para dar um recado aos bancos. A insatisfação dos trabalhadores é grande e tem chegado ao Sindicato.
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“Que absurdo!”, protestou uma bancária. “Isso é um deboche, uma afronta à categoria!”, emendou outro. “Proposta vergonhosa! Temos que derrubar isso em assembleia!”, conclamou outra.
Um trabalhador lembrou de tempos obscuros: “Na hora da sua aposentadoria, você vai ver como foi ‘bom’ aceitar o abono. O aumento é no seu salário. O abono é um cala-boca. FHC fazia muito isso. Dava abono no lugar de aumento. A gente sabe qual o resultado disso a médio e longo prazo”.
Outro reforçou: “O abono não incorpora ao 13º salário, nem no cálculo de férias, de hora extra, de aumento de letra, salário de contribuição do INSS etc. Temos que fazer uma greve histórica este ano. Temos que mostrar nossa força”.
“O Brasil tá em crise, fato, mas os bancos estão lucrando cada vez mais. Não entendo porque não propor algo factível aos funcionários que fazem o resultado aparecer!”, indagava uma trabalhadora, ao que outro colega fazia coro: “Não existe justificativa para essa pseudo-proposta. Não repõe nem a inflação do período. Absurdo!”.
Mande seu recado – Participe da enquete. Além do Facebook, você também pode mandar seu recado pelo Fale Conosco do site (clique aqui e escolha o setor "site"), pelo Twitter ou pelo SAC do Sindicato no WhatsApp: (11) 99642-7196 (sigilo garantido).
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Cláudia Motta - 28/9/2015
(Atualizada às 12h04 de 30/9/2015)