Revista Fórum
Novo recorte da pesquisa Datafolha desta semana, divulgado neste domingo (31), aponta que a ampla maioria da população brasileira discorda com a proposta de Jair Bolsonaro de armar as pessoas contra governadores e prefeitos.
A afirmação sobre armar a população foi feita na fatídica reunião ministerial de abril, cujo sigilo do vídeo foi derrubado na última semana. Entre palavrões e ofensas, o presidente afirmou que a população armada evitaria ser “escravizada”, fazendo referência às medidas de isolamento social contra o coronavírus impostas por estados e prefeituras.
72% dos entrevistados disseram discordar da afirmação, enquanto 24% concordam com a frase de Bolsonaro. 2% não concordam e nem discordam, e 2% não souberam responder.
O resultado da pesquisa mostra uma clara mudança de percepção das pessoas com relação a aquela que foi uma das principais bandeiras de campanha de Bolsonaro. Apesar de, enquanto candidato, falar em armar a população no âmbito da proteção contra a violência urbana e rural, a pauta armamentista seguiu, em vários contextos, sendo um dos alicerces do atual governo.
A pesquisa também corrobora com a tese do economista Eduardo Moreira de que aqueles que se opõem a Jair Bolsonaro já somam cerca de 70% da população.
“O curioso é que agente age como se fossemos minoria, e eles agem como maioria. Falam, gritam, colocam medo em todo mundo. Mas somos maioria, quem tem que ter medo são eles”, afirma Moreira.
O economista, então, decidiu fazer de seu “insight” um movimento, o #Somos70porcento. A hashtag se manteve, nos últimos dias, entre os assuntos mais comentados do Twitter.