Em Brasília, onde acompanha a tramitação da reforma Trabalhista (PLC38/2017) na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado, e após participar de audiência pública sobre o tema, o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, apontou que não há clima para votar os projetos defendidos pelo ilegítimo Michel Temer (PMDB).
A CCJ vota nesta quarta (28), a partir das 16h, parecer sobre a proposta de Temer. É o último passo antes de o texto seguir para o plenário Senado.
Para Vagner, é necessário que propostas com tamanho impacto sigam um trâmite democrático. “Disse ontem (27), na minha intervenção durante a audiência pública: não querem fazer negociação? Pratiquem a negociação. Retirem essa proposta esdrúxula e, passando essa turbulência eleitoral e política, a gente faz uma eleição direta, elege novo Congresso, nova presidência e coloca uma mesa de negociação trabalhista e previdenciária num governo eleito e em livre negociação. Não no legislado. Dizem que querem enfatizar negociação sobre o legislado, mas o que estão fazendo aqui é exatamente o contrário, à revelia dos trabalhadores”, criticou.
Senado em clima de tensão – Na abertura da reunião que discute o projeto, hoje pela manhã , os senadores da oposição protestaram e tentaram adiar a votação do texto. Eles lembraram o momento de instabilidade política vivido pelo país e reclamaram de o governo não permitir alterações na medida que veio da Câmara.
Dirigentes da CUT em reunião com senadores da oposiçãoO senador Lindbergh Farias (PT-RJ) ressaltou que nos últimos dias houve um fato novo relevante, que foi a denúncia por corrupção passiva oferecida pela Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer.
“Não é correto fazer votação nesse momento em que o governo acabou. Fazer isso depois da denúncia, com o presidente desmoralizado, é colocar o Senado de joelhos. Vou tentar até o fim convencer os pares e apresentar um recurso para tentar adiar a votação — afirmou.
Após reunião com os senadores de oposição, Vagner afirmou que “esse Senado, essa comissão e esse governo não têm condição moral nem política para fazer qualquer tipo de reforma".
Segundo o dirigente, todas as propostas presentes no Congresso são reivindicações da CNI (Confederação Nacional da Indústria), sem qualquer contribuição da classe trabalhadora. A resposta a esse processo, defendeu, deve vir das ruas.
“No próximo dia 30 vamos fazer uma grande Greve, setores importantíssimos, como o transporte, estão aderindo à Greve e eu conclamo a todos que não sigam para seu trabalho, vamos nos mobilizar para cruzar os braços contra reforma da Previdência, a reforma Trabalhista e pelo Fora Temer”, disse.
Com informações de Sonia Correa e Agência Senado