(Última atualização: 21/12, às 9h06)
Nos dias 19 e 20 deste mês, os representantes dos empregados na CEE-Caixa estiveram reunidos na sede da Fenae, em Brasília, para avaliarem o ano de 2019 e traçarem as primeiras estratégias para 2020. Temas como saúde Caixa, reestruturação, GDP, Funcef fizeram parte da pauta.
Fizeram parte do debate os diversos ataques sofridos pela classe trabalhadora com a Medida Provisória (MP) 881 da Liberdade Econômica e MP 905 Carteira Verde-amarela, que interferiam na jornada dos bancários e negociação da PLR, bem como a reforma da previdência.
A necessidade de mobilização da categoria frente aos desafios postos até aqui foi a tônica dos debates. “Em agosto de 2020 acaba a vigência de nosso acordo coletivo de trabalho. O cenário que se apresenta não é nada animador. Se a categoria não se mobilizar, poderemos testemunhar perdas de direito e retrocessos em nossas conquistas”, afirma Antonio Abdan, representante da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN) na CEE Caixa.
Em defesa dos fundos de pensão
Um dos temas importantes do debate foram as as tentativas do governo de alterar a governança dos fundos de pensão para acabar com a gestão paritária nessas instituições.
Uma das ameaças aos avanços conquistados pelos participantes dos fundos é a CGPC 7/2002. “A Anapar (Associação Nacional dos Participantes) fez esforços para tirar da pauta da reunião do CNPC de hoje, mas o pedido não foi acatado. Essa Resolução traz alterações que estavam no PLP 268 e que conseguimos inviabilizar no Congresso. Mas, agora o governo quer mudar regras de governança por meio de resolução”, disse Fabiana Matheus, diretora de Saúde e Previdência da Fenae. A proposta pode impedir a eleição direta de participantes para a diretoria dos fundos de pensão.
Ela citou também a CGPAR 25, que as entidades representativas dos participantes estão tentando barrar via Congresso Nacional. O Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 708/2019 foi apresentado pela deputada Erika Kokay (PT/DF), com objetivo de sustar os efeitos dessa resolução.
A resolução 25, além de abrir caminho para a transferência de gerenciamento de todos dos planos de benefício para o mercado financeiro, afetando assim todo o participante e toda a Funcef, propõe mudar drasticamente as características do Não Saldado, prejudicando severamente seus participantes.
“Precisamos intensificar nossa mobilização e esclarecer os participantes da Funcef sobre os efeitos danosos dessas medidas”, ressaltou a diretora de Saúde e Previdência da Fenae.
Defesa da Caixa
Outro ponto em pauta da reunião foram as ações realizadas pelas entidades representativas dos trabalhadores para denunciar o fatiamento do banco. O presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, fez um relato sobre a campanha #ACAIXAÉTODASUA, lançada em outubro pelo Comitê Nacional em Defesa da Caixa e que está tomando conta do país.
Jair Ferreira disse que materiais como botons, camisetas e bonés estão sendo disponibilizados as entidades sindicais e associativas para as atividades nos estados e em eventos realizados pela Fenae como o Talentos Fenae/Apcef e jogos regionais, além da divulgação em TV, rádio e outras mídias.
“Estamos contando com adesão dos trabalhadores e da sociedade, o que reforça a importância de fortalecemos as nossas ações para denunciar a tentativa de privatização do banco”, enfatizou Jair Ferreira.
Dia de Luta
Reunida na sede da Fenae nesta quinta e sexta-feira, a CEE/Caixa também avaliou a conjuntura de 2019 e as perspectivas para 2020, traçando algumas estratégias de luta. Uma delas é a realização de um Dia Nacional de Luta no dia 13 de janeiro, para marcar do aniversário da Caixa (12 de janeiro) e protestar contra as medidas de fatiamento do banco e a retirada de direitos dos trabalhadores.
“Nós estamos orientando as entidades sindicais a realizarem atividades semanais a partir do dia 13 de janeiro em defesa da Caixa e contra a gestão pelo medo implantada pela direção do banco, que impõe medidas como a cobrança de metas abusivas e descomissionamentos arbitrários, que provocam o adoecimento dos trabalhadores”, disse o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados, Dionísio Reis.
Segundo o dirigente, essas algumas das questões que estarão em pauta na reunião da mesa de negociação permanente, agendada para 15 de janeiro.
Fonte: Fetec-CUT/CN, com Fenae