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29 de Maio de 2018 às 17:54

Professores da rede privada de São Paulo mantêm a CCT e conquistam 3% de reajuste

Categoria considera uma vitória porque o patronato, amparado pela reforma trabalhista, queria retirar cláusulas da Convenção conquistadas em décadas de luta


Em assembleia realizada na tarde desta terça-feira (29), a ampla maioria das professoras e professores da rede particular de ensino de São Paulo aprovou a proposta do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (Sieesp) - entidade que representa as escolas particulares – de assinatura de Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com a manutenção de todos os direitos, reajuste de 3% e participação nos lucros ou resultados de 15%. Depois da assembleia, a categoria fez uma passeata da sede da entidade, na vila Clementino, até a Av. Paulista. Os professores paulistanos, no entanto, mantiveram estado de greve e fazem nova assembleia na quarta-feira 6 de junho. 

“Foi uma luta histórica, mas ainda não acabou. Também foi aprovada em assembleia, por mais de três mil professores, que se os patrões não assinarem o cordo na próxima semana nós iremos parar outra vez na próxima quarta-feira (6)”, afirma Silvia Barbara, diretora do pelo Sindicato dos Professores (SinproSP).

A principal pauta da categoria na campanha salarial em andamento é manter as cláusulas sociais, como férias de 30 dias remuneradas e bolsa de estudo para os filhos dos professores, entre outros, que estavam ameadas porque o sindicato patronal queria retirar direitos conquistados alegando que estavam seguindo a nova legislação aprovada com a reforma trabalhista.

CUT

“A Convenção, construída por mais de 20 anos, é muito importante porque regulamenta desde a admissão até o processo de demissão do professor. Depois da aprovação da reforma trabalhista, os patrões decidiram modificar ou acabar com 40% dos direitos adquiridos”, disse Silvia, que completou: “os professores saíram daqui bastante felizes”.

O movimento também agradeceu o apoio de pais, mães, alunos e entidades sindicais, como a CUT, que apoiaram a mobilização dos professores e professoras pela manutenção dos direitos e reajuste de salário.

Pais e alunos das escolas onde as aulas foram paralisadas se expressaram nas redes sociais a favor do movimento grevista, que triplicou em menos de uma semana. No dia 23 de maio, quando aconteceu a primeira paralisação da categoria, 33 escolas pararam suas atividades. Nesta terça-feira, mais de 100 escolas não abriram.

REPRODUÇÃO FACEBOOK DA JORNALISTA RITA LISAUSKASreprodução Facebook da jornalista Rita Lisauskas

 

Em seu perfil no Facebook, a jornalista Rita Lisauskas, por exemplo, postou um texto indignado com a postura da escola de seu filho que não queria paralisar as aulas nesta terça. Em protesto, afirmou que não mandaria o filho para a escola. Dezenas de mães apoiaram a decisão da jornalista e falaram que fariam o mesmo.

SimproSP

Inserção do Simpro em Jornal do Sinpro SP

 Para o diretor executivo da CUT, Júlio Turra, “só a luta dos professores da rede particular  – paralisando mais de 100 escolas na capital neste 29 de maio –foi capaz de dobrar a intransigência dos tubarões do Ensino e prolongar por mais um ano a atual convenção coletiva, assegurando os direitos nela contidos”.  

Ele, que também é professor, informou que nesta quarta-feira (30), outros sindicatos da base da FEPESP (federação estadual da categoria), como o Sinpro-ABC, também em estado de greve, farão assembleias para colocar a proposta patronal em votação.

“É uma vitória também contra a malfadada “reforma trabalhista” do golpista Temer, que pretendia ter acabado com a ultratividade dos acordos e convenções coletivas -  mecanismo que antes garantia a manutenção do ACT por tempo indeterminado se houvesse recusa na negociação por parte do empregador", finalizou Julio.


Fonte: Fetec-CUT/CN, com CUT Nacional e Sinpro-SP


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