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6 de Abril de 2018 às 16:56

Lula não irá para o matadouro de cabeça baixa, diz advogado do ex-presidente


Folha de São Paulo
Mario Cesar Carvalho e Catia Seabra

Os advogados que atuam na defesa do ex-presidente Lula estavam resistentes com o plano de ele não se entregar à Polícia Federal até as 17h desta sexta (6), mas mudaram de ideia a passaram a apoiá-lo.

A estratégia de Lula é ficar na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, o marco zero da vida política de Lula, e esperar que a PF venha prendê-lo.

"Não haverá resistência, mas ele não irá para o matadouro de cabeça baixa, por livre e espontânea vontade", disse à Folha José RobertoBatochio, que cuida da defesa de Lula junto com

Cristiano Zanin Martins.

 

A defesa do ex-presidente afirma que há uma doutrina prevendo que não pode ser aplicada uma punição extra a quem está defendendo seus princípios de liberdade.

Um dos temores dos advogados de Lula era de que o juiz federal Sergio Moro decretasse uma segunda prisão caso ele não cumpra as ordens do juiz de se apresentar à Polícia Federal em Curitiba.

O temor foi ultrapassado com o argumento de que tanto faz se Lula tiver uma ou três prisões decretadas pela Justiça.

Lula aparece na janela do sindicato dos metalúrgicos do ABC com Luis Marinho pre candidato ao governo de São Paulo e acena aos manifestantes em vigília no ato contra a prisão de Lula na madrugada desta sexta feira (6) em São Bernardo do Campo.
Lula aparece na janela do sindicato dos metalúrgicos do ABC com Luis Marinho pre candidato ao governo de São Paulo e acena aos manifestantes em vigília no ato contra a prisão de Lula na madrugada desta sexta feira (6) em São Bernardo do Campo. - Alice Vergueiro/Folhapress


​Batochio e Zanin decidiram ingressar com uma reclamação no Supremo Tribunal Federal contra a ordem do juiz Moro. A peça será apresentada ainda nesta sexta (6) com o argumento de que Moro determinou a prisão sem que todos os recursos da defesa de Lula no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região).

O ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça, negou nesta sexta (6) um pedido de habeas corpus com teor semelhante à reclamação que será apresentada ao Supremo

O juiz Moro classificou esse tipo de recurso ao TRF-4 de "patologia protelatória" e defendeu que ele deveria ser "eliminado do mundo jurídico".

A reclamação contra Moro vai defender a tese de que o juiz desrespeitou decisões do Supremo Tribunal Federal ao decretar a prisão.

Segundo os advogados de Lula, o Supremo negou o habeas corpus que foi impetrado para impedir a sua prisão, mas manteve o princípio de que ele só poderia ir para a prisão depois de julgados todos os recursos apresentados ao TRF-4.

"O juiz desrespeitou a Constituição e o Supremo com o mandado de prisão", afirma Batochio. Segundo ele, ainda há recursos a serem julgados pelo TRF-4.

Moro escreveu no mandado de prisão que esses recursos jamais poderiam mudar a condenação do ex-presidente


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