Brasil decide em outubro se retoma caminho do desenvolvimento com inclusão social ou continua com governo neoliberal para destruir mais direitos dos trabalhadores
As eleições de outubro colocam mais uma vez o Brasil numa encruzilhada. O caminho que o povo brasileiro escolher nas urnas definirá o futuro do país nas próximas décadas. Por isso, é extremamente importante que façamos um esforço para compreender o que está em jogo nessas eleições e, a partir daí, termos mais elementos para fazer as escolhas que melhor atendam a nossos interesses como bancários e como trabalhadores.
Por um lado, o que está acontecendo no Brasil é exatamente a mesma coisa que ocorre em todo o mundo: a disputa entre o capital e o trabalho pela renda, por direitos e por cidadania. Mas a eleição este ano traz um novo e perigosíssimo componente, que é o avanço da ultradireita com sua agenda de pregação do ódio, do racismo, do machismo, da xenofobia e da violência, o que coloca em risco o grau civilizatório e a democracia que os brasileiros tanto lutaram para conquistar.
O grande capital, hoje sob hegemonia do sistema financeiro, para ampliar seus lucros tenta impor em todo o mundo sua agenda ultraliberal, que inclui o Estado mínimo, desregulamentação das legislações que dificultam sua livre movimentação, privatizações, extinção de direitos trabalhistas e fim das políticas públicas para as maiorias excluídas.
Derrotados nas últimas quatro eleições, os donos do dinheiro e seus defensores deram o golpe de 2016 para derrubar a presidenta Dilma Rousseff, substituindo-a pelo vice Michel Temer, que está implementando exatamente esse programa.
Entre elas, está a liberação irrestrita da terceirização, reforma trabalhista que aniquilou a CLT e direitos dos trabalhadores conquistados em um século de lutas, imposição do teto de gastos com políticas públicas como saúde e educação por 20 anos (mas que garante o pagamento dos juros da dívida pública aos bancos e rentistas), entrega do pré-sal às multinacionais, enfraquecimento das empresas públicas (inclusive Banco do Brasil, Caixa Econômica e Banco da Amazônia) em preparação a privatizações, fim da política externa soberana e submissão aos interesses do Império e do grande capital nacional e internacional.
Por resistência da sociedade e falta de apoio político e de tempo, os golpistas não conseguiram aprovar todo o programa neoliberal, como a reforma da previdência – que Temer anunciou pretender aprovar após a eleição.
Há uma série de candidatos que não apenas apoiaram essas medidas antipopulares de Temer como assumem como bandeira em seus programas de governo concluir a imposição dessa agenda ultraliberal. Entre eles se destacam Jair Bolsonaro (PSL), que entregará a economia ao banqueiro ultraliberal Paulo Guedes; Geraldo Alckmin (PSDB); Henrique Meirelles (MDB), também banqueiro e ministro da Fazenda de Temer); João Amoêdo (Novo) e Álvaro Dias (Podemos).
Bolsonaro é hoje a maior ameaça aos trabalhadores, à democracia e à civilização. Além dos gestos de subserviência dirigidos pelo candidato ao mercado financeiro, o “posto Ipiranga” Guedes e o general Mourão, o vice, adiantaram pontos do programa de governo, que inclui tabela única de 20% do IR (que taxa mais os menores salários e beneficia os ricos), fim do 13º salário e do adicional de férias, reforma previdenciária que privilegia a previdência privada e praticamente extingue a previdência pública, privatização de todas as empresas públicas, inclusive Banco do Brasil, Caixa Econômica e Petrobrás.
Além dessa pauta econômica neoliberal contra os trabalhadores e a favor dos donos da grana, Bolsonaro prega abertamente o ódio, defende golpe militar (que não descarta, se chegar ao governo), a tortura e até a eliminação física de adversários. Acha que as mulheres devem ganhar menos que os homens, banaliza o estrupro e abomina negros, índios e minorias.
Percebam que Bolsonaro defende exatamente o oposto que nós, bancários e trabalhadores, que todo ano em nossas campanhas lutamos por aumento real de salário, mais direitos, melhores condições de trabalho, igualdade de oportunidades, salários iguais para mulheres e fim de discriminação de todos os tipos nos locais de trabalho. Por isso, #EleNão. #EleNunca.
Do outro lado do espectro político, temos quatro candidatos que, em maior ou menor grau, defendem as nossas mesmas bandeiras e já deixaram claro que, se eleitos, tentarão reverter a lei da terceirização irrestrita, a reforma trabalhista, o teto de 20% de gastos e as maldades do governo Temer contra os trabalhadores. São eles Fernando Haddad (PT), Guilherme Boulos (Psol), Vera Lúcia (PSTU) e Ciro Gomes (PDT).
Nós, dirigentes sindicais bancários do Centro-Norte, defendemos a candidatura de Haddad por termos a convicção de que, neste momento, é o que reúne mais apoio popular segundo as pesquisas e que, portanto, tem melhores condições de derrotar a extrema-direita, os neoliberais, os adversários e inimigos dos trabalhadores.
Ex-ministro da Educação dos governos Lula, Haddad implantou o ProUni, Enem, ReUni, ampliou o Fies e criou 21 novas universidades federais, que possibilitaram a inclusão de mais de dois milhões de jovens pobres ao ensino superior. Como prefeito de São Paulo, implantou um novo plano diretor da cidade e medidas criativas que melhoraram o transporte público e o atendimento à saúde e educação nas periferias, além de diminuir as mortes no trânsito. Por essas medias, ganhou o Prêmio Mayors Challenge 2016 e o Habitat, Melhores Práticas Inovadoras da Nova Agenda Urbana da ONU.
Candidato de Lula, Haddad tem o compromisso de dar continuidade e aprofundar os programas sociais dos governos do ex-presidente, visando gerar empregos, promovendo o desenvolvimento econômico com distribuição de renda, proteção das empresas públicas, defesa dos interesses do povo brasileiro e da soberania nacional.
Por isso tudo, nos juntamos aos milhões de homens e mulheres que entendem que Haddad é Lula e Lula é Haddad. E que ele é a melhor opção para defende a civilização contra a barbárie.
Diretoria da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN)
Sindicato dos Bancários do Pará
Sindicato dos Bancários de Mato Grosso
Sindicato dos Bancários de Rondônia
Sindicato dos Bancários do Amapá