A nova Rota da Seda, anunciada pelo presidente da China, Xi Jinping, para "dar um novo impulso" às relações entre a China e a União Europeia (UE) e elevar os Brics a um novo patamar, exclui o Brasil das atividades.
No último domingo, 14, ocorreu uma conferência em Pequim sobre o assunto com a presença de 28 chefes de Estado. Entre eles, participaram os presidentes da Rússia, Vladimir Putin; da Argentina, Maurício Macri; e do Chile, Michelle Bachelet. O Brasil de Temer não participou, apesar de o país ter ajudado a criar o Brics durante o governo Lula junto com China, Rússia, Índia e África do Sul
Na prática, trata-se de uma complexa rede para estabelecer ligações entre a China e boa parte do resto do mundo, por meio de trilionários investimentos em transporte, infraestrutura e intercâmbio cultural.
A Nova Rota da Seda engloba 68 países, os quais são responsáveis por mais de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.
Mais de 4,4 bilhões de pessoas vivem nesses países.
Outros números impressionam:
- nos últimos três anos, por ocasião da Nova Rota da Seda, foram firmados contratos de mais de R$ 948 bilhões por empresas chinesas;
- o Governo criou um fundo de R$ 122 bilhões para os planos de concessão;
- a expectativa é de que a China invista cerca de R$ 2,48 trilhões no projeto até 2022.
O plano é grandioso do ponto de vista político e promete trazer, também, uma série de benefícios diretos à população.
Por exemplo: um dos objetivos de Xi Kinping é fortalecer a economia da região oeste do País e fortalecer os mercados da Ásia Central.
Não se pode deixar de destacar, claro, o impressionante avanço da China no aspecto geopolítico - a China, aliás, já é a principal parceira comercial da Alemanha, à frente dos Estados Unidos e da França!
Até 2050, espera-se que a Nova Rota da Seda seja responsável por incríveis 80% do aumento do PIB global!
(E que ela impulsione o avanço de três bilhões de pessoas à classe média!)
O projeto se baseia em cinco áreas-chave:
1 - Intercâmbio cultural - incentivar e promover a cooperação e os laços entre pessoas de diferentes regiões;
2 - Melhorar a coordenação da política monetária e a cooperação financeira bilateral;
3 - Incentivar o comércio e os investimentos, por meio da facilitação das transações entre países e da criação de uma cadeia de cooperação;
4 - Planejamento e apoio a projetos de desenvolvimento de infraestrutura em escala global;
5 - Investir em tecnologias para permitir a conectividade entre toda a Rota da Seda.
É um plano que tem o potencial de elevar os BRICs a um novo patamar.
Os BRICs, não! Os RICs!
No último domingo, 14/V, teve início uma conferência em Pequim com a presença de 28 chefes de Estado.
Entre eles, estavam os presidentes da Rússia, Vladimir Putin; da Argentina, Maurício Macri; e do Chile, Michelle Bachelet.
Mariano Rajoy, primeiro-ministro espanhol, também marcou presença.
E o Brasil?
Ninguém sabe, ninguém viu.
Economia global
Em comunicado conjunto divulgado no encerramento do encontro, os líderes reafirmaram seu compromisso de construir uma economia global aberta e com livre comércio e de se opor a todas as formas de protecionismo no âmbito dessa articulação internacional.
Hoje, na abertura do segundo dia do fórum, Xi Jinping fez um apelo para aprofundamento da cooperação entre os países e com os organismos multilaterais como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Organização Mundial do Comércio (OMC) para retomar a economia global. Para ele, a desaceleração econômica mundial ocorre em meio "a um crescente protecionismo que deve ser evitado".
A China tem defendido a globalização e o livre comércio, em contraposição ao discurso protecionista de algumas nações. "A melhor maneira de enfrentar os desafios globais é pela cooperação e conectividade", disse Xi Jinping. Segundo ele, a reunião construiu um consenso entre os países para deslanchar o potencial das economias situadas ao longo da Nova Rota da Seda.
O próximo fórum internacional da iniciativa Um Cinturão, Uma Rota (One Belt, One Road) está previsto para ocorrer na China em 2019.
Brasil247 e Conversa Afiada