O Itaú é o banco que mais lucra no Brasil, atingindo R$ 6,3 bilhões de ganho líquido somente nos primeiro nove meses deste ano, e que em 2017 deixou e pagrar R$ 25 bilhões em impostos por uma decisão do Cade, está pressionando o futuro governo a aprovar a reforma da Previdência. Veja declarações do presidente do Itaú BBA, Eduardo Vassimon, em entrevista à Folha de São Paulo desta terça-feira 18:
Folha de São Paulo
Raquel Landin
“A equipe do novo governo vem demonstrando compromisso com a reforma e a população está mais consciente da necessidade do ajuste das contas”, justificou Vassimon, ao ser questionado sobre os motivos do otimismo.
O executivo, que também ocupa o cargo de diretor-geral de atacado do Itaú Unibanco, vai se aposentar no início do ano que vem. Ele será substituído por Caio Ibrahim David, vice-presidente de controle de riscos e finanças do Itaú BBA.
O Itaú Unibanco projeta crescimento de 2,5% para o PIB do Brasil em 2019, um pouco acima dos 2% estimados para a América Latina e abaixo dos 3,5% da média global. O banco também espera inflação controlada em 3,8% e a Selic estável em 6,5%.
Segundo Vassimon, a recuperação da economia já pode ser percebida na demanda por crédito das pequenas e médias empresas (o chamado middle market), que cresceu 17% de janeiro a setembro de 2018 em relação a igual período do ano anterior. Ele explica que aumentou a necessidade de capital de giro dessas companhias a medida que o consumo subiu.
Já o crédito para grandes empresas caiu 11% no mesmo período. Neste segmento, as companhias costumam tomar crédito para fazer investimentos, que permaneceram travados neste ano a espera das eleições presidenciais, que aconteceram no fim de outubro.
Os executivos do Itaú ponderam, contudo, que seu otimismo com a aprovação das reformas é moderado e que ainda não aceleraram a concessão de crédito. Se a reforma da Previdência não for aprovada, o banco acredita que não será possível para o governo brasileiro cumprir a legislação que congela os gastos do setor público (teto de gastos) a partir de 2020.