Terminou nesta quinta-feira (31), a 15ª Plenária - Congresso Extraordinário e Exclusivo da Central Única dos Trabalhadores (CUT). O evento aconteceu nos dias 28, 29, 30 e 31 de agosto, no Espaço Immensità, em São Paulo, e reuniu representantes de diversas categorias de todo o país para debater temas sobre a conjuntura socioeconômica e política do Brasil e definir um calendário de lutas contra as reformas Trabalhista e Previdenciária e em defesa das empresas públicas.
Com a chamada: “100 anos depois...A luta continua! Nenhum direito a menos”, o encontro relembrou o centenário da primeira greve geral no Brasil e da Revolução Russa. Para o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, é muito importante a participação dos bancários neste congresso. “É muito importante relembrar os momentos de luta que os trabalhadores já viveram e perceber o quanto já conquistamos. Isso nos dá força para seguirmos fortes e continuar lutando contra as reformas, que só beneficiam os empresários e tiram os nossos direitos”, comenta Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT.
Durante o evento, os delegados e delegadas presentes discutiram a estratégia de lutas em torno do mote “se a Reforma for colocada para votar, o Brasil vai parar”. Também foi aprovada a proposta do calendário de lutas contra as reformas Trabalhista e Previdenciária e contra a privatização das empresas públicas, que tem como a data para a sua primeira atividade o dia 7 de setembro.
Na data definida, os trabalhadores lançarão uma campanha, que terá como missão colher mais de 1,3 milhão de assinaturas a favor de um projeto de lei de iniciativa popular para revogar a Reforma Trabalhista de Temer, a ser enviada para o Congresso Nacional.
No dia 14 de setembro, a CUT e o movimento Brasil Metalúrgico Em Defesa dos Empregos na Indústria e das Estatais irão organizar um Dia Nacional de Lutas. A mobilização recebeu também a adesão da Federação Nacional dos Urbanitários, que destaca em sua ação contra as privatizações, a defesa da Eletrobrás como patrimônio nacional.
No dia 3 de outubro, data em que se comemora o aniversário da Petrobrás, será a vez de o Rio de Janeiro promover uma grande manifestação contra a privatização da empresa e de outros patrimônios públicos. Outras manifestações nos estados nessa data poderão ampliar sua visibilidade.
“O golpe foi construído fora do país e foi, sobretudo, contra a classe trabalhadora. Além de retirar direitos, querem vender nosso país a preço de banana e acabar com a soberania do povo, vendendo terras e empresas estatais que financiaram por muitos anos a ascensão da economia brasileira”, explicou o presidente Nacional da CUT e bancário, Vagner Freitas.
Para reforçar as atividades contra à entrada em vigor da Reforma Trabalhista, marcada para o dia 11 de novembro, os movimentos sindicais e sociais embarcarão numa caravana à Brasília na primeira quinzena do mês.
Além desses pontos, a Central vai manter o enfrentamento ao golpe, com o apoio às ações em defesa de democracia e do direito de Lula disputar as eleições.
Combate ao racismo
O terceiro dia de Congresso foi marcado pelo relançamento da campanha contra discriminação no mundo do trabalho, pela Secretaria de Combate ao Racismo da CUT. Durante a apresentação, que contou com uma mística cultural, a secretária Maria Júlia Nogueira alertou para a discriminação racial nesses espaços e na desigualdade salarial entre brancos e negros.
“A chamada liberdade da abolição não assegurou ao povo negro condições de inclusão na sociedade brasileira de forma digna, muito pelo contrário, foi relegado às periferias das cidades, das relações formais de trabalho, ou seja, jogado à margem da sociedade que estava sendo construída”, destaca.
O ato também pediu a liberdade de Rafael Braga, condenado a 11 anos e três meses de prisão. Ele teria sido flagrado durante uma manifestação com 0,6g de maconha, 9,3g de cocaína e um rojão, itens sobre os quais nega a posse.