Crédito: Seeb São Paulo
Embaixo de chuva, luta para prevenir a violência e estimular as denúncias
Basta de violência contra a mulher! Mesmo embaixo da chuva desta segunda-feira 25, dirigentes sindicais bancárias reuniram sua força para lembrar à população que passava pela Rua São Bento, em São Paulo, que existem meios para denunciar agressões contra as mulheres e é necessário ter coragem para enfrentar essa luta.
Desde 1991, o 25 de novembro é lembrado como o Dia Internacional de Luta contra a Violência sobre a Mulher. A data, então instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1999, foi escolhida para homenagear as irmãs Mirabal (Pátria, Minerva e Maria Teresa), assassinadas pela ditadura de Leônidas Trujillo na República Dominicana.
Tempos depois, no Brasil, algumas ações foram criadas para coibir esse tipo de violência, como a Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180, canal de denúncia que neste ano atingiu pela primeira vez 56% dos 5.566 municípios brasileiros; e a Lei Maria da Penha, que completou sete anos em setembro. No entanto, os números de violência contra a mulher continuam alarmantes no país.
Para a secretária de Relações Sindicais e Sociais do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Maria Rosani, o número expressa preocupação. "São muitas as formas de violência contra as mulheres: física, sexual, psicológica, econômica, entre outras. Entre as mulheres negras, a violência é ainda maior. Temos de reforçar a importância do debate sobre gênero, sobre igualdade de oportunidade, pois são reflexões que objetivam mudar o olhar da sociedade e enraizar outro tipo de cultura no país, menos machista e menos sexista", ressaltou.
Violência em números
Somente no primeiro semestre, dentre os relatos de violência (37.582 ocorrências em que há detalhamento sobre as agressões), a física é a mais frequente, atingindo 20.760 ocorrências - 55,2% dentre os cinco tipos definidos pela Lei Maria da Penha. A violência psicológica teve 11.073 (29,5%); moral, 3.840 (10,2%); sexual, 646 (1,7%) e patrimonial, com 696 (1,9%). Foram 304 cárceres privados e 263 casos de tráfico de pessoas.
"É importante denunciar os agressores, mas só a existência da Lei Maria da Penha é insuficiente. O essencial é que a lei, de fato, seja cumprida. E temos de ir além, com medidas para erradicar a violência contra a mulher", completou Maria Rosani.
Do total dos relatos identificados no Ligue 180 no primeiro semestre de 2013, quase 60% das mulheres agredidas tinham entre 20 e 39 anos, 62% não dependiam financeiramente do agressor e 82,7% eram mães - 64% de filhas e filhos presenciaram a violência e, em quase 19% dos registros, eles sofreram diretamente as agressões.
A presidenta Dilma Rousseff lembrou a data nesta segunda. "A violência contra a mulher envergonha uma sociedade que, infelizmente, ainda é sexista e preconceituosa. É uma forma de preconceito do 'mais forte' contra a mulher apenas pelo fato de ser mulher. Graças às lutas das mulheres, o Brasil está mudando. A Lei Maria da Penha foi o alicerce do combate à violência contra as mulheres", escreveu em seu perfil no Twitter.
Fonte: Seeb São Paulo