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23 de Outubro de 2013 às 09:08

23/10/2013 - "Queremos fazer parte da gestão dos recursos de Libra”, afirma presidente da CUT


Após o leilão do maior campo de petróleo da área do pré-sal, Vagner Freitas afirma que Central fiscalizará o direcionamento dos recursos

Escrito por: Luiz Carvalho

Após o leilão do campo de petróleo de Libra, o maior já descoberto no Brasil e primeiro no pré-sal, as atenções voltam-se ao processo de exploração e na forma como os recursos serão investidos no Brasil.

Durante reunião da Direção Executiva da CUT, nesta terça-feira (22), o presidente da Central, Vagner Freitas, destacou a necessidade de discutir como será o processo de extração de gás e petróleo e de constituir um comitê de gestão com a presença dos trabalhadores.

Uma das preocupações é que o consórcio formado pelas chinesas CNPC e CNOOC, pela anglo-holandesa Shell, pela francesa Total e pela Petrobrás* tenham como prioridade a geração de empregos no país por meio de ações como a compra de navios brasileiros.

De acordo com Vagner, os trabalhadores enviarão uma carta à presidenta Dilma Rousseff para solicitar uma audiência com a CUT e a Federação Única dos Petroleiros (FUP).

“Queremos fazer parte da gestão desse patrimônio e queremos mostrar à presidenta que temos proposta no pós-leilão. Além disso, é necessário saber como é poder de veto da Petrobrás, qual papel terá nesse processo, qual a estratégia para fazer com que os recursos do pré-sal sejam investidos na educação, na saúde e na distribuição de renda”, afirmou.

O leilão – A licitação de Libra, localizada na Bacia de Campos (RJ), foi a primeira na era do pré-sal e inaugurou um modelo de partilha em contraposição ao processo de concessão que antes era praticado no país. De acordo com o novo sistema, aprovado em 2010 pelo ex-presidente Lula para substituir o regime de Fernando Henrique Cardoso, as empresas não têm mais propriedade do petróleo e do gás extraídos. A posse cabe à União, que recebe da empresa vencedora parte da produção, já sem custos. No caso de Libra, no máximo 41,65% do lucro em óleo ficam no país.

Segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o campo tem capacidade de produção entre 12 e 15 bilhões de barris de petróleo, o equivalente a toda a reserva nacional – em torno de 14 bilhões – e renderia mais de dois trilhões de dólares ao país.

Na divisão do consórcio, a Petrobrás terá 40% e também atuará como operadora. A Shell e a Total ficam com 20% cada, enquanto as duas chinesas terão 10%. Para isso, o grupo terá de pagar R$ 15 bilhões de bônus para explorar a área pelos próximos 35 anos.


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