Os bancários realizam nesta quarta-feira (23) um Dia Nacional de Luta contra o processo de reestruturação em andamento no HSBC que está provocando demissões e fechamento de agências e piorando as condições de trabalho. A mobilização tem por objetivo alertar os clientes contra o descaso do banco inglês.
Os dirigentes sindicais estão distribuindo uma carta aberta aos clientes sob o título de "HSBC: descaso no Brasil e no mundo", para explicar os motivos dos protestos e pedir o apoio de toda a população.
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Para Miguel Pereira, secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT, a característica da reestruturação é nociva para trabalhadores e clientes. Ele aponta "demissões, fechamento de agências, falta de funcionários, aumento da pressão e do assédio moral para o atingimento de metas absurdas, discriminação e perseguição aos adoecidos pelo trabalho, seguidas por mudanças constantes no seu modelo de negócios, gerando insegurança no trabalho".
Apesar de ser um dos maiores bancos do planeta, com lucro mundial de U$ 16,2 bilhões (R$ 37 bilhões) em 2013, no Brasil a política do banco é reduzir custos. "Somente nestes primeiros três meses do ano, 20 agências já foram fechadas e 142 funcionários dispensados, o que aponta que essa situação pode piorar ainda mais", salienta Miguel.
Para aumentar as incertezas, o banco inicia mais um processo de mudanças no Brasil, com a transformação de agências convencionais nas chamadas "agências de negócios", com menor estrutura, e na sua filosofia de relacionamento com clientes, baseada na "venda responsável de produtos" .
O diretor da Contraf-CUT observa que "essa forma correta de se relacionar com clientes e usuários não pode servir para o banco repassar suas responsabilidades institucionais para as 'costas' de seus funcionários, aumentando ainda mais as cobranças e o patrulhamento interno, sem readequar sua estrutura interna e de fato dar as condições objetivas para que isso aconteça".
"Queremos denunciar que os funcionários do HSBC no Brasil não podem ser feitos de 'bodes expiatórios' para práticas de gestão condenáveis, quando de fato não forem suas responsabilidades", enfatiza Miguel.
"Com o dia nacional de luta, cobramos respeito e valorização para os bancários e clientes do banco", conclui o dirigente da Contraf-CUT.
Fonte: Contraf-CUT