Temas estão entre os assuntos estratégicos no meio sindical para o próximo período

Escrito por: Instituto Observatório Social 

A forma com que os recursos naturais têm sido utilizados nos diferentes ramos econômicos pode afetar negativamente os trabalhadores. Com este alerta, o Instituto Observatório Social realizou nesta terça-feira, 20, a oficina técnica Meio Ambiente e Transição Justa, que também contou com a presença da Secretaria Nacional de Meio Ambiente da CUT.

Embora recente, o termo transição justa está entre os temas estratégicos para o mundo sindical. Em linhas gerais, ele corresponde à garantia do respeito aos direitos humanos e dos trabalhadores frente às ações empresariais para otimização do uso dos recursos naturais. Ou seja, enquanto as empresas mudam as estratégias de produção para reduzir os impactos ambientais, a transição justa busca a garantia de que os trabalhadores também sejam levados em conta e respeitados neste processo.

Segundo a assessora da Secretaria Nacional do Meio Ambiente da CUT, Vânia Viana, é preciso que o mundo sindical olhe com mais cuidado para a transição justa e para as questões ambientais. “Os ramos têm ações bem pontuais, dentro dos assuntos que acompanham. Temos buscado, como secretaria nacional, dar as diretrizes, apontar políticas e estimular o debateﾀﾝ, explica. “Há até bem pouco tempo, o foco sobre meio ambiente vinha de fora, de parcerias institucionais. O que precisamos agora é fazer o dever de casa”, completa.

Dentro das ações da secretaria, a transição justa é trabalhada em iniciativas que tenham como foco as mudanças climáticas e os impactos sobre os empregos e os trabalhadores. Também são trabalhados e estimulados pela secretaria temas como economia solidária e comércio justo, combate ao uso de agrotóxicos, fortalecimento de questões ambientais nos macrossetores e a abordagem sobre meio ambiente durante as eleições de 2014.

Segundo o pesquisador do IOS Vicente Gomes Macedo Neto, que apresentou o tema durante a oficina, a transição justa precisa estar cada vez mais presente na pauta sindical. “Os recursos naturais estão sendo usados de forma exagerada e uma hora seremos cobrados por isso. O mundo sindical precisa se preparar para as adaptações que estão acontecendo”, afirma. “Essa transição tem impacto nas indústrias, nos meios de produção e nos próprios trabalhadores. Por isso, precisamos nos apropriar do tema desde agora, para que os trabalhadores não sejam prejudicados neste processo”, ressalta.

A transição justa tem sido trabalhada em conjunto com o IOS e a Secretaria Nacional de Meio Ambiente da CUT. O tema também está presente em projetos com parceiros internacionais, como o que vem sendo realizado com a Fundação Friedrich Ebert (FES) (saiba mais aqui).