A Contraf-CUT cobrou mais segurança nos bancos, durante audiência ocorrida na última quinta-feira (15) na Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça, em Brasília. Os assessores da Senasp, Maurício Rasi e Giovana Marques, anunciaram que será promovido um fórum nacional ampliado, com a participação dos trabalhadores, para debater o problema.
Eles também propuseram a criação de um grupo de trabalho, a ser integrado pela Contraf-CUT e representantes dos vigilantes e da Febraban, para combater a violência que atinge os bancos em todo o país.
A reunião foi agendada em razão do pedido encaminhado logo após a divulgaçᆪo feita em 21 de março da 6ª Pesquisa Nacional de Ataques a Bancos, elaborada pela Contraf-CUT em parceria com a Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) e a Federação dos Vigilantes do Paraná (Fetravisp), com apoio do Dieese, que revelou aumento de 16,36% nas ocorrências em 2013.
Estiveram presentes o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, o presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Eduardo Araújo, o secretário de Finanças da CNTV, Jervalino Bispo, o presidente da Federação Interestadual dos Vigilantes (FITV), Artur Lucio de Almeida Vasconcelos, e o presidente da Federação dos Vigilantes do Rio de Janeiro, Fernando Bandeira.
Para Carlos Cordeiro, "a iniciativa da Senasp é resultado da nossa mobilização, pois, além de pesquisas, vários municípios e alguns estados já aprovaram leis de enfrentamento à violência nos bancos. Queremos compartilhar e expandir tais experiências, bem como relatar os problemas que enfrentamos todos os dias com a falta de segurança nas agências".
Retrato da violência
A pesquisa mostra que houve 2.944 ocorrências em 2013, uma média assustadora de 8,06 por dia. Desses casos, 859 foram assaltos (inclusive com sequestro de bancários e vigilantes), consumados ou não, o que representou uma elevação de 11,99% em relação ao ano anterior, e 2.085 foram arrombamentos de agências, postos de atendimento e caixas eletrônicos, um crescimento de 18,26%.
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Além do crescimento nos ataques a bancos, os bancários e os vigilantes voltaram a chamar a atenção para o aumento do número de mortes em assaltos envolvendo bancos.
"A nossa outra pesquisa nacional, entregue em janeiro ao Ministério da Justiça, mostrou que aconteceram 65 assassinatos em 2013, tirando a vida de clientes, vigilantes, policiais, bancários, transeuntes e outras pessoas. Se nada for feito, os números seguirão aumentando. Não podemos ficar esperando a divulgação da próxima pesquisa com novas mortes", ressalta Carlos Cordeiro, indignado com o descaso dos bancos com a proteção da vida das pessoas.
"Este assunto está na nossa pauta há muito tempo. Temos grande interesse em defender a vida das pessoas, ao contrário dos patrões, que cortam investimentos na área de segurança frequentemente, expondo seus clientes e funcionários a altos riscos", salienta Jervalino.
"Ano após ano tentamos, juntamente com os bancários, conseguir com que os bancos ampliem seus investimentos em segurança. Infelizmente, o que para nós é indispensável, para os banqueiros é visto como despesa desnecessária. Para acabar com essa violência, vamos continuar na luta. Já temos a pesquisa que comprova tudo aquilo que afirmamos e buscaremos cada vez mais meios para garantir que clientes, usuários e trabalhadores nos bancos sintam-se seguros", reforça o dirigente da CNTV.
Agência de negócios do Itaú sem segurança
Os bancários e os vigilantes também denunciaram as mudanças promovidas pelos bancos, como o Itaú, por meio das agências de negócios, que estão retirando vigilantes e portas giratórias e colocando em risco a vida de bancários e clientes e da população.
Os representantes dos trabalhadores lembraram a ocorrência de um assalto em uma dessas agências do Itaú em Londrina (PR), em janeiro deste ano, o que disseminou o medo e a insegurança, servindo de alerta para toda a categoria no país.
"Esse tipo de ação dos bancos fere totalmente a lei federal nº 7.102/83 e as portarias da Polícia Federal. A Senasp se comprometeu a apurar a instalação dessas agências e esperamos que sejam proibidas de vez porque estão colocando em risco a vida dos funcionários, clientes e de toda a população", ressalta Carlos Cordeiro.
Fonte: Contraf-CUT