20/12/2013 - Bancários de São Paulo cobram fim das demissões no Santander
Crédito: Seeb São Paulo Trabalhadores realizam manifestações contra descaso com o emprego
Os funcionários do Santander realizam nesta quinta 19 Dia Nacional de Luta contra as milhares de demissões promovidas pelo banco espanhol no Brasil. As manifestações já ocorreram no Casa 3 (Centro Administrativo Santander) e na Torre nas primeiras horas da manhã e seguem no Casa 1 e no Vila Santander Paulista.
Nesses locais, os dirigentes sindicais distribuem o jornal Sindical Santander, no qual é reivindicado Natal e Ano Novo sem demissões, e dialogam com os funcionários no sentido de se manterem unidos e mobilizados para forçar a empresa a cessar as dispensas.
É o segundo ato nesta semana contra a redução de cerca de 3,4 mil postos de trabalho entre janeiro e setembro deste ano, mesmo período em que o Santander lucrou R$ 4,3 bilhões. A primeira manifestação ocorreu na terça 17 e paralisou agências de sindicatos filiados à Fetec-CUT/SP.
"Em todos os locais os funcionários apoiam os protestos promovidos pelo Sindicato. Isso evidencia a insatisfação com o tratamento dado pelo Santander aos funcionários brasileiros que são responsáveis por 25% do lucro global da instituição financeira", afirma a diretora executiva do Sindicato, Maria Rosani, que participou do protesto no Casa 3.
Sufoco aumenta
Um funcionário lotado na Torre relata que as demissões ocorrem quase que diariamente. "Não há reposição de funcionários e estamos passando um sufoco enorme, pois o serviço e a cobrança do gestor só aumentam. O máximo que o banco faz, quando a situação já beira o caos, é colocar um estagiário. O que não alivia, pois é uma pessoa que está para ser treinada e sai mais cedo", afirma.
O bancário relata que em contato com trabalhadores do Casa 1 soube que, na semana passada, foram demitidas 15 pessoas de uma só vez e de um mesmo departamento. "Normalmente os mais atingidos pelos cortes são funcionários com mais tempo de banco. Mas tem muita gente que não fica aqui seis meses e pede demissão por não aguentar tanta pressão e um trabalho que só aumenta. Nem mesmo esses que saem espontaneamente são repostos pelo banco."
Denúncia no MTE
Além dos protestos em agências e complexos administrativos, o Sindicato denunciou ao MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) a política do Santander de demitir milhares de trabalhadores.
Na quarta 12, dirigentes sindicais relataram a situação ao secretário de Relações do Trabalho, Manoel Messias Nascimento Melo, o qual se comprometeu em estudar a questão e agendar nova reunião com os representantes dos funcionários.