A comunicação exerce papel central na disputa pela hegemonia na sociedade e o movimento sindical precisa se apropriar das ferramentas corretas para fazer essa disputa.

Para Vito Giannotti - escritor e coordenador do Núcleo Piratininga de Comunicação -, palestrante do 1º Seminário de Atualização em Comunicação Sindical, a comunicação "é a questão mais importante na atividade sindical".

"Queremos transformar, mas para isso é preciso divulgar, comunicar. Mas como comunicar? De que adianta ter objetivos políticos se não os divulgamos, se não atraímos as pessoas, se não arrastamos multidões?", perguntou.

Como resposta, Vito enfatizou a necessidade de o movimento sindical criar e manter um jornal próprio, investir nos seus próprios veículos de informação e formação, lembrando que é preciso sair da teoria e ir à prática. "Cadê o nosso jornal? Dinheiro para fazer isso há. É possível fazer um jornal para barrar o Globo ou o Correio Braziliense".

Não apenas isso. O estudioso falou da importância da frequência da publicação - "jornal mesmo é diário" - e da questão da pauta. "Se queremos disputar valores, ideias, precisamos ser mais abrangentes, englobando outros assuntos além daqueles que dizem respeito a problemas específicos de determinada categoria". Vito lembrou ainda os problemas de distribuição e da linguagem utilizada nos veículos sindicais.

Vito reafirmou que, no Brasil, os barões da mídia tentam agendar a política, definir as prioridades e enquadrar os governos; e a partidarização da comunicação fica mais escancarada nos momentos decisivos. "As greves de trabalhadores, por exemplo, ou não são notícia ou são tratadas como atos de vandalismo, que congestionam o trânsito e prejudicam a sociedade. Temos que fazer esse contraponto, visto que eles elaboram e disseminam informações e ideias que concorrem com as nossas para a formação do consenso em torno de determinadas concepções de vida”, disse.

Além disso, segundo Vito, é preciso utilizar todos os instrumentos disponíveis para comunicar e atingir os diversos públicos que formam a sociedade. "Jornal é ótimo; internet também, mas não podemos nos esquecer daquela imensa maioria que não tem acesso a esses meios. Aí entram em cena a rádio e a televisão", afirmou.

Secretaria de Comunicação da CUT Brasília